Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, em inglês), se forem somados os casos de gripe aviária (influenza) em 2020 e 2021, são 23 casos registrados. Eles estão espalhados pela Europa e Ásia. Casos de 2020 seguem ativos. Outras notificações estão vindo à tona desde o último trimestre do ano passado. A gripe aviária é a doença mais grave que pode atingir uma granja.
Ao site especializado Notícias Agrícolas, o médico veterinário, virologista e pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Luizinho Caron, disse que as subnotificações podem ser resultado de uma série de procedimentos que devem ser feitas na Granja, desde a identificação da cepa até a notificação a OIE.
Para Caron, essa pode ser uma oportunidade para a carne de frango brasileira. "A questão é que, com uma possível escassez de carne de frango nestes países por causa da doença, os preços do mercado interno podem aumentar, beneficiando o Brasil. Entretanto, em relação de volume exportado, o Brasil não tem tanta capacidade assim de ampliar as quantidades".
Ele explica que o país tem 6,8 bilhões de aves ano alojadas e que este é o nosso limite. Sugere que as aves sejam abatidas com mais peso, como forma de aumentar a produção para fins de exportação.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) a expectativa é produzir mais carne de frango. São as projeções para 2022. Abastecer o mercado interno e exportar o pais tem que produzir em 2022 14,350 milhões de toneladas. O que significa 3,5% superior ao ano passado.
Em 2021, projeções de exportação de carne de frango eram de 4,580 milhões de toneladas, 8% mais que em 2020. Para 2022, as exportações podem chegar a 4,750 milhões de toneladas, 5% acima das exportações projetadas para 2021.
No Brasil
Para Caron, embora a doença esteja se espalhando para a Europa, Ásia e pontualmente na África, são raras as chances de a doença aportar no Brasil. Explica que ela se dá no inverno do hemisfério Norte (final do ano) e são levadas por aves migratórias. "No Brasil a gente recebe menos de 1% do total de aves migratórias que circulam entre os continentes e que são vetores para doenças".
Ele afirma à publicação agrícola, que as medidas de biosseguridade tomadas pelo Brasil têm prevenido a entrada da doença no país.
Da Redação.