16/12/2021 às 12h16min - Atualizada em 16/12/2021 às 15h48min

Seis redes de supermercados europeias deixam de vender carne bovina brasileira

O desmatamento ilegal e fora de controle na Amazônia Legal brasileira começa a fazer as suas vítimas. A primeira é a carne exportada para a Europa. Seis redes supermercadistas europeias anunciaram nesta quarta-feira (15) que estão retirando parte ou toda a carne brasileira de suas gôndolas e interrompendo a venda do produto, diz a Folha de S. Paulo.

Duas pertencem à rede holandesa Ahold Delhaize e a outra é do Carrefour. A justificativa é que a carne bovina do Brasil tem laços com o desmatamento da floresta amazônica.

A rede Lidl Netherlands anuncia a paralisação da compra de carne levada da América do Sul a partir de 2022. Nesse caso, serão suspensas a venda de “certos” produtos de carne. O grupo mais prejudicado é o JBS, com plantas no Brasil, Argentina e Uruguai.

Segundo o texto do jornal paulistano, tudo começa a partir de uma “investigação da entidade Repórter Brasil, que alegou que a JBS utilizou carne de vacas de pastos em áreas desmatadas ilegalmente, em um esquema conhecido como "lavagem de gado"”.

Para vender gado de área desmatada ilegalmente, uma fazenda legalizada compra um lote de gado da área desmatada, e o revende como se sempre tivesse sido da propriedade. A esse método, se dá o nome de “lavagem de gado”.

Para a agência de notícias Reuters a JBS informou que a empresa monitora seus fornecedores e que um programa de especial eletrônico vai eliminar 100% dos problemas até 2025. Apenas 5 de seus 77 mil fornecedores teriam sido denunciados por realizar essa prática.

A Folha de S. Paulo informa que o desmatamento teria disparado após a posse do presidente Jair Bolsonaro em 2019. O jornal diz que ele defende mais agricultura e mineração, “inclusive em terra indígena”. Em 2021 o desmatamento foi o maior em 15 anos.

Os reflexos são esses: a maior rede holandesa de supermercados, Albert Heijn, recebeu ordens de sua controladora, Ahold Delhaize, para interromper 100% das compras da carne brasileira. A rede, segundo porta voz, vende apenas poucos produtos de origem brasileira.

A Auchan, da França, decidiu retirar de suas prateleiras todos os produtos com a marca JBS e os supermercados Carrefour e Delhaize, bélgico, informam que não vendem mais a carne seca Jack Link's, parceira da JBS em um negócio. Segundo a Folha, a empresa não se pronunciou.

Para fechar o cerco, a rede britânica Sainsbury's anunciou que, embora venda a carne com uma marca própria, ela é importada do Brasil. A empresa fornece 90% da carne bovina ao Reino Unido e à Irlanda.


Da Redação


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