23/07/2021 às 10h51min - Atualizada em 23/07/2021 às 10h51min

Juros futuros de curto prazo avançam com investidores à espera do IPCA-15

As taxas futuras de curto prazo encerraram a sessão desta quinta-feira (22) em alta, à medida que agentes de mercado aguardavam com cautela a divulgação dos números do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de julho.

Finalizado o pregão regular, às 16h, o juro do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 avançou de 5,78% no ajuste anterior para 5,81% e o do DI para janeiro de 2023 subiu de 7,12% para 7,20%.

Já o do contrato para janeiro de 2025 passou de 8,12% para 8,13% e o do DI para janeiro de 2027 anotou baixa de 8,57% para 8,56%.

A menos de duas semanas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, os investidores continuaram promovendo ajustes em suas posições no mercado de DI com vistas para o futuro da taxa Selic.

A dinâmica dos juros curtos esteve bastante ligada à expectativa com os novos números da prévia da inflação corrente, que serão publicados às 9h de sexta (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “O que vimos acontecer hoje foi uma redução de posição dos investidores na curva com mercado já se preparando para o dado de amanhã”, explica um gestor de um fundo local.

Um operador da mesa de renda fixa de um grande banco explica a lógica do movimento. “Como a possibilidade de uma alta de 0,75 ponto da Selic na reunião de agosto do Copom ganhou força recentemente, fica assimétrico apostar que vem um número baixo amanhã”, aponta ele. “Porque, se vem baixo, o BC sobe 0,75 ponto, que é o que está mais no preço hoje, então, o DI cai pouco. Mas, se vem um número alto, o mercado pode migrar para o 1 ponto, e aí tem muito espaço para subir a taxa do DI.”

Segundo a mediana das estimativas de 33 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data, a prévia da inflação oficial deve ter desacelerado de 0,83% em junho para 0,66% em julho. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 provavelmente avançou de 8,13% para 8,52% — bem acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central no ano, de 5,25%.

Também cabe pontuar a emissão de títulos prefixados e pós-fixados do Tesouro Nacional no leilão desta quinta. Houve venda de R$ 8 bilhões em Letras do Tesouro Nacional (LTNs), papéis prefixados curtos, obtendo absorção de 95% do lote de 10 milhões desses papéis pelo mercado. A oferta ficou concentrada nos vencimentos intermediário e longo (LTNs para julho de 2023 e para janeiro de 2025). A instituição também leiloou o equivalente a R$ 10,8 bilhões com aceitação de 76% do lote de até 1,25 milhão de Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), títulos atrelados à taxa Selic.

Desta forma, nesta semana, a instituição captou pouco mais de R$ 26 bilhões em suas operações de venda de títulos. Segundo dados compilados pela Necton, em cada uma das quatro primeiras semanas do terceiro trimestre de 2021, o Tesouro realizou emissões menores que R$ 30 bilhões, com o prazo médio ponderado das colocações sendo superior a 3,5 anos.

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