16/11/2021 às 07h20min - Atualizada em 16/11/2021 às 07h21min

Brasil mantem grupo de estudo do clima na agricultura mesmo após a COP26

A posição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Brasil foi fundamental para manutenção permanente do Grupo de Trabalho em Agricultura Korovínia mesmo após o fim da COP26 em Glascow, capital da Escócia que estuda formas de mitigar as emissões de gases poluentes a partir do agronegócio. O grupo busca modelos de agricultura sustentável para disseminar e alcançar a sustentabilidade no campo.

“Após dias de negociações, houve consenso entre os diversos países membros em manter o grupo de Trabalho intitulado Koronivia, com o objetivo de promover os modelos de agricultura sustentável como solução para mitigar os impactos das mudanças climáticas no setor agrícola. Foi uma importante conquista do time de negociação brasileiro na COP26”, comemorou o diretor de Regularização Ambiental do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), João Adrien, que participou das negociações.

O consenso em seguir com os trabalhos do Koronivia Joint Work on Agriculture (KJWA) é uma decisão histórica no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (em inglês, United Nations Framework Convention on Climate Change ou UNFCCC), que aborda questões relacionadas ao uso sustentável dos recursos naturais pela agricultura e visa disseminar tais modelos com foco em garantir que as mudanças climáticas não gerem impactos negativos na segurança alimentar global. O Grupo encerraria seus trabalhos na COP26, mas o Brasil, com apoio dos países em desenvolvimento, trabalhou para garantir a sua continuidade.

Em relatório publicado em abril deste ano, no âmbito da reunião de Koronivia para a agricultura, o UNFCCC reconheceu a agricultura brasileira como modelo de desenvolvimento sustentável. No documento que faz referência ao Brasil, são citados o sistema integração Lavoura-Pecuária-Floresta, a agricultura de precisão e a tecnologia baseada em ciência.


Metas para reduzir emissões

Durante as duas semanas da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), o Ministério da Agricultura apresentou a segunda etapa do Plano ABC+, com tecnologias de baixa emissão de carbono praticadas pela agropecuária brasileira e as metas para a próxima década.

Representante do Mapa na COP26, o secretário de Desenvolvimento Sustentável e Irrigação, Fernando Camargo, participou de debates com líderes de diversos países, mostrando que o Brasil pode compartilhar suas experiências com países semelhantes, ajudando a promover resiliência, adaptação e mitigação de emissões de gases do efeito estufa.

“Nosso objetivo principal da delegação do Mapa foi trazer para os eventos de promoção o Plano ABC+, e acreditamos que nossa missão foi absolutamente cumprida. O ABC+ é certamente o grande projeto que a agricultura e a pecuária brasileira vão fazer até 2030 para mitigar os efeitos da emissão dos gases de efeito estufa. Acreditamos que isso já está colocado e a compreensão é totalmente disseminada aqui na COP e já por todo o Brasil”, destacou o secretário.

Por meio da disseminação de técnicas de produção sustentáveis, o objetivo do ABC+ é disseminar as tecnologias de baixa emissão de carbono a mais 72 milhões de hectares de terras agricultáveis, promovendo ganhos de produtividade em terras agrícolas já consolidadas, sem a necessidade de converter novas áreas à atividade produtiva.

O presidente da COP26, Alok Sharma, que esteve no Brasil em agosto conhecendo o Plano ABC e outros sistemas produtivos sustentáveis, citou o Brasil como um exemplo de diálogo construtivo. "Visitei o Brasil há algumas semanas, tive um diálogo construtivo como membros do governo e espero que os diálogos construtivos que tive em todo o mundo alimentem as discussões nesta e na próxima semana”, disse, em entrevista coletiva em Glasgow.

Durante a COP26, o Brasil foi uma das nações que aderiram ao compromisso global para redução das emissões de metano e a declaração de florestas e uso da terra. Mas o país Brasil já vem trabalhando com estratégias para reduzir a emissão de metano na pecuária do país, como o melhoramento genético de pastagens para desenvolver alimentos mais digestíveis para os animais e o melhoramento genético dos animais, que permite o abate precoce. Também está em estudo a utilização de aditivos que podem ser agregados na alimentação animal, com substâncias como taninos e óleos essenciais.


Da Redação, com Mapa.


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