O mercado brasileiro de trigo opera com pouca liquidez e preços praticamente estáveis em um cenário de oferta interna limitada e forte concorrência do produto importado. A situação é agravada pela previsão de geadas que podem comprometer a safra no Paraná, principal estado produtor.
Segundo Elcio Bento, analista da Safras & Mercado, os vendedores de trigo nacional encontram dificuldade para elevar seus preços, pois os moinhos estão abastecidos com o cereal estrangeiro, que se mantém atrativo devido ao câmbio. O déficit na balança comercial do trigo cresceu significativamente, atingindo 98% na temporada 2024/25, com importações de 7,22 milhões de toneladas e exportações de apenas 2 milhões de toneladas.
No campo, a atenção se volta para as lavouras paranaenses, onde mais de 60% das plantações estão em fases críticas de desenvolvimento. A chegada de uma frente fria com fortes geadas pode causar perdas substanciais, revivendo o cenário da temporada passada, quando o Paraná precisou importar 900 mil toneladas, o maior volume da história do estado.
O mercado também aguarda a divulgação do relatório do USDA na próxima terça-feira (11), que trará novas projeções para a safra e os estoques de trigo nos Estados Unidos e no mundo. A expectativa é de que a produção americana de trigo em 2025/26 seja levemente reduzida, enquanto os estoques finais globais devem registrar um aumento moderado.