A imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos já começa a causar impacto direto nas estratégias de empresas nacionais. Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, declarou nesta quarta-feira (6) que a prioridade é apoiar os setores mais vulneráveis, como pequenos produtores de mel, cuja única rota de exportação era os EUA.
Em entrevista coletiva, Viana anunciou que a agência abrirá um escritório em Washington e ampliará ações para ajudar empresas na busca por novos mercados. O apoio emergencial às empresas afetadas deve seguir modelo semelhante ao aplicado no Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024.
Segundo especialistas, diversificar os destinos das exportações é essencial para reduzir riscos. Hoje, 50% das exportações brasileiras se concentram em apenas cinco países — entre eles, EUA e China.
“Se hoje é com os EUA, amanhã pode ser com a China. E não se encontra novos mercados do dia para a noite”, alertou Bruno Meurer, diretor da Next Shipping.
O desafio vai além da diplomacia. Empresas precisarão adaptar produtos a exigências culturais e fitossanitárias. Mercados como Oriente Médio demandam certificações como o selo Halal. “Exportar não é só vender, é se adaptar”, explicou Stefânia Ladeira, gerente da Saygo Comex.