Os juros futuros de curto prazo disparam nesta manhã e renovaram o maior nível em um ano, após o IPCA-15 de julho vir acima das expectativas do mercado.
Perto das 9h45, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 disparava de 5,82% no ajuste anterior para 5,975%, depois de ter ido até 5,98% no pico do dia, no que também foi o maior patamar em um ano.
No mesmo horário acima, o juro do DI para janeiro de 2023 subia de 7,18% para 7,35%; o do contrato para janeiro de 2025 avançava de 8,11% para 8,20% e o do DI para janeiro de 2027 tinha alta de 8,55% para 8,61%.
O dólar comercial, por sua vez, caía 0,83%, para R$ 5,1692. Na mínima intradiária, recuou até R$ 5,1687. O movimento é capitaneado por apostas do mercado de que o Copom deve adotar uma postura mais conservadora na sua decisão de política monetária que será anunciada em 4 de agosto.
De acordo com o IBGE, o IPCA-15 subiu 0,72% em julho, acima da mediana das estimativas de 33 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data, de 0,66%. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 avançou para 8,59%, ante estimativa de 8,52% — bem acima do teto da meta perseguida pelo BC no ano, de 5,25%.
“Sem dúvida alguma, o IPCA-15 é o destaque local. Acho também que o mesmo exterior que derrubou a bolsa essa semana, especialmente na segunda, quando Nova York caiu muito, também está ajudando na recuperação local, a despeito das persistentes preocupações lá fora com a variante Delta”, diz Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital.
Para Bergallo, o real tem sofrido com instabilidade recentemente pela turbulência do ambiente político. “A ‘abertura da torneira’ do Orçamento com a aliança do governo com o centrão deve mitigar qualquer expectativa maior de ajuste fiscal até o final deste governo”, pontua ele.
Com isso, o real tem performance bem superior à média dos pares emergentes. No mesmo horário acima, o dólar caía 0,20% ante o peso mexicano, 0,17% em relação à lira turca e 0,10% contra o rublo russo.