O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, se reunirá nesta terça-feira (15) com lideranças do agronegócio e da indústria para avaliar o impacto e formular uma resposta às tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros. As medidas anunciadas pelo presidente Donald Trump passam a valer em 1º de agosto.
Os encontros foram divididos em dois blocos: pela manhã, às 10h, Alckmin recebe representantes dos setores de aviação, aço, alumínio, celulose e máquinas. À tarde, às 15h, o diálogo será com líderes de cadeias produtivas como carnes, mel, laranja, pescados e couro. Outras reuniões devem ser agendadas em breve, contemplando setores como o do café.
O vice-presidente vai liderar as discussões no recém-criado Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, instituído por decreto para regulamentar a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/25). O grupo também conta com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda), além de outros ministros que poderão ser chamados para reuniões temáticas.
Alckmin reforçou na segunda-feira (14) que o governo federal não fez qualquer solicitação aos EUA para adiar ou reduzir as tarifas. “O governo não pediu nenhuma prorrogação de prazo nem fez proposta sobre alíquota. O que estamos fazendo é ouvindo os setores mais envolvidos, para que o setor privado também participe e se mobilize junto a seus parceiros nos Estados Unidos”, explicou o vice-presidente.
O governo brasileiro tem tentado manter canais de diálogo com autoridades norte-americanas. Em março, Alckmin realizou uma videoconferência com o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o embaixador Jamieson Greer, representante de Comércio, para tratar das políticas tarifárias. O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) e equipes técnicas também participam do esforço.
A regulamentação da Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada por unanimidade no Senado e por votação simbólica na Câmara, será oficializada por decreto até esta terça-feira (15). O dispositivo dá respaldo jurídico para que o Brasil adote medidas de proteção à sua economia, caso sejam necessárias.
Segundo o Palácio do Planalto, a prioridade do governo brasileiro é manter o diálogo para reforçar a parceria econômica entre os dois países, proteger as empresas nacionais e defender as boas práticas comerciais no cenário internacional.
