O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua política comercial agressiva ao enviar cartas para 24 países e à União Europeia ameaçando impor tarifas maiores se não houver novos acordos comerciais até 1º de agosto. Para o Brasil, a medida já foi anunciada: tarifa de 50% sobre importações americanas de petróleo, café, produtos de ferro e sucos. O presidente Lula criticou a decisão e afirmou que pode acionar a lei brasileira de reciprocidade, lembrando que, nos últimos 15 anos, os EUA acumularam superávit superior a US$ 410 bilhões no comércio bilateral.
A lista de países impactados é extensa e inclui, por exemplo, Myanmar, Laos e Camboja, que terão tarifas de 36% a 40%, afetando roupas, couro e frutos do mar. Bangladesh foi fixado em 35%, o que preocupa seu setor têxtil, e a Tailândia ficou com 36%, impactando peças de computador e borracha. Para Indonésia, Coreia do Sul e Malásia, as tarifas ficam em 25%, atingindo óleo de palma, semicondutores, veículos e eletrônicos.
México e União Europeia foram especialmente visados. Ambos terão tarifas de 30%, que devem penalizar exportações de automóveis, aeronaves, produtos químicos e agrícolas. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, criticou as medidas, afirmando que “comprometem cadeias vitais de suprimentos” e prometeu contramedidas. O Canadá, por sua vez, sofreu aumento para 35% em itens como petróleo, carros e caminhões.
Mesmo países menores foram incluídos, como Moldávia (25%), Tunísia (25%) e Filipinas (20%). O Japão foi taxado em 25%, um ponto acima de abril, o que gerou protestos do premiê Shigeru Ishiba. Já a África do Sul, Casaquistão, Sri Lanka e Argélia terão tarifas entre 25% e 30%, atingindo desde platina e diamantes até petróleo e roupas.
