Um levantamento da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) mostrou que a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras pode provocar perdas anuais de cerca de R$ 16 bilhões apenas para o Nordeste. Ceará, Bahia e Maranhão são os estados mais expostos, por liderarem as vendas externas de frutas, pescados, cacau, calçados e minérios aos norte-americanos.
Em 2024, a região exportou mais de R$ 15,6 bilhões para os EUA, sendo o Ceará o principal responsável. “Não há ganhadores nessa história. O mercado nordestino também importou quase R$ 33,5 bilhões dos EUA em 2024, o que mostra que os americanos têm mais a perder do que a ganhar”, ressaltou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral.
José Farias, da Coordenação de Estudos da Sudene, destacou que a alta tarifa afeta toda a cadeia produtiva regional, prejudicando pequenos agricultores e a indústria local. “É uma pauta muito diversificada, que vai de ligas de aço e pastas químicas a frutas e cacau”, disse, prevendo consequências indiretas ainda maiores para o emprego e o PIB nordestino.