A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) se posicionou contra a Medida Provisória, editada pelo governo federal, que prevê o fim da isenção do Imposto de Renda sobre os principais instrumentos de financiamento do agronegócio, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e os Fiagros, a partir de 1º de janeiro de 2026.
Segundo a Aprosoja, a medida representa um "ataque direto" ao modelo de crédito que sustenta a produção agrícola no Brasil, especialmente para pequenos e médios produtores, que dependem dessas ferramentas para financiar suas safras. “Essa MP não resolve o problema fiscal do país, mas enfraquece o motor da economia nacional”, alertou a entidade.
O movimento de repúdio à proposta também conta com o apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). A Faep alerta que as LCAs respondem por 43% do crédito rural brasileiro. A taxação, segundo a federação, reduz a atratividade para investidores, o que pode diminuir a oferta de crédito, encarecer financiamentos e, por consequência, aumentar o custo da produção no campo.
O impacto, segundo as entidades, vai além do agro. Menor oferta de alimentos, aumento de preços e pressão inflacionária são efeitos previstos se a medida entrar em vigor. “O resultado será uma cadeia de retrocessos que começa com o produtor e termina no bolso do consumidor”, afirmou a Aprosoja.
O presidente da Faep, Ágide Eduardo Meneguette, lamentou a falta de diálogo com o setor: “Mais uma vez, o governo federal não ouviu o setor produtivo”. Já o vice-presidente da FPA, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), foi enfático: “Essa medida não passará”.
