22/09/2021 às 09h57min - Atualizada em 22/09/2021 às 11h31min

La Niña vai provocar chuvas e temperaturas irregulares na primavera

A chegada da primavera nesta quarta-feira (22) leva o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a alertar para possíveis efeitos moderados do fenômeno climático chamado La Niña  no Centro-Norte do Brasil. As chuvas serão irregulares. No último trimestre do ano elas poderão ser abundantes no Centro-Oeste, podendo ser volumosas em pontos específicos do Norte. Mas fica abaixo no Sul, e em partes de São Paulo e Mato Grosso. A informação é da Agência Brasil.

A coordenadora de Meteorologia Aplicada, Desenvolvimento e Pesquisa do Inmet, Márcia dos Santos Seabra, disse durante evento virtual do instituto, vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tratou das perspectivas climáticas para a primavera deste ano que “estamos esperando [a ocorrência do] La Niña durante a primavera, mas [o fenômeno] deverá ser de curta duração e não muito intenso”.

A meteorologista avalia que há a probabilidade de que algumas condições climáticas associadas a La Niña ocorram durante a primavera. E pode chegar a 70%. E a tendência para o quarto trimestre do ano é que o volume de chuvas supere a média histórica em boa parte das regiões Centro-Oeste e Norte do país, mas fique abaixo da média na Região Sul e em partes de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, principalmente durante os meses de outubro e novembro.

A previsão para a primavera indica chuvas iguais ou superiores à média histórica, com exceção de algumas localidades do sudeste do Piauí e do norte da Bahia, onde a precipitação pode ser abaixo da médica histórica da estação.

Ainda de acordo com Márcia, em novembro, a temperatura média deve ficar ligeiramente abaixo da média histórica em áreas da Região Sudeste e do leste da Bahia, o que também pode ocorrer no Amazonas, em dezembro. Ainda assim, em grande parte do restante do país, a temperatura deve ficar dentro da faixa normal, principalmente na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

 

Menos chuvas
A meteorologista alerta para a queda ano após ano das chuvas desde 1981. “Desde 1961, durante a primavera, o volume de chuvas vem caindo em todo o Brasil. Essa tendência se acentuou a partir dos anos 2000, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste”, acrescentou Márcia.

Ela mesma lembra que as consequências dessa situação já são sentidas na Bacia do Rio Paraná, que abrange seis estados (Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo), além do Distrito Federal, atende a cerca de 70 milhões de brasileiros e abastece a diversos grandes reservatórios d´água da região mais industrializada do país, incluindo Itaipu.

Desde maio deste ano, quando o Sistema Nacional de Meteorologia, formado por vários órgãos federais, emitiu um alerta de emergência hídrica motivado principalmente pela escassez de chuvas na Bacia do Paraná, a situação na região hidrográfica vem piorando.

Dados do Inmet revelam que, em 2020, as chuvas na região ficaram em torno de 350 mm abaixo da média. Já em 2021, o desvio, até 31 de agosto, já estava em torno de 300 mm abaixo da média, com tendência a piorar até o início das chuvas da primavera.

A Região Norte não apresenta tendência significativa de aumento ou diminuição de chuvas durante a primavera, enquanto a Região Sul é a única que mantém uma “ligeira tendência” de aumento da precipitação pluviométrica durante esta estação do ano.

Ao contrário das chuvas, a temperatura registrada a cada ano, durante a primavera, vem aumentando em todas as regiões do país desde 1961. Segundo o Inmet, os “desvios positivos de temperatura” começaram a ficar mais frequentes no início dos anos 2000, com uma única interrupção em 2012, ano em que houve um El Niño de forte intensidade.

“Quando analisado todo o período de 1961 a 2020, a variação total da temperatura no Brasil foi de 1,39°C, ou seja, uma elevação de 1,39°C de temperatura média nas primaveras. Como comparação, no mesmo período, o aquecimento no planeta foi de cerca de 1,59°C”, aponta o instituto em nota técnica.

Da Redação, com Agência Brasil.


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