A Caixa elevou para 268 o número de novas agências que deverão ser abertas em todo país para ampliar a rede de atendimento da instituição até o final deste ano. Serão 168 unidades focadas no varejo e outras 100 especializadas no agronegócio.
Também faz parte do plano de expansão da instituição a contratação de 10 mil novos funcionários, anunciada na segunda-feira (19), mas que depende da aprovação do Ministério da Economia e da realização de novo concurso para a seleção exclusiva de mil pessoas com deficiência (PCD).
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, também destacou que a abertura de 46 agências em cidades com população entre 20 mil e 40 mil habitantes para incremento dos negócios depende da transferência de toda movimentação financeira das prefeituras para o banco.
“A grande maioria [das agências] já decidimos e estão em andamento, mas algumas só poderão ser abertas se tivermos todas as condições negociais, senão não há validade. É muito importante que as prefeituras transfiram os negócios para a Caixa, é um ponto que estaremos cobrando nos próximos meses”, afirmou em evento on-line, nesta terça-feira (20).
A condição de reciprocidade negocial com a prefeitura se dá em locais onde, atualmente, não há viabilidade financeira para abertura de unidades. A previsão é atingir 1,3 milhão de pessoas. Entre as obrigatoriedades da prefeitura estão a cessão não onerosa de espaço físico para a unidade, a transferência de folha de pagamento do município para a Caixa, a centralização de convênios e a arrecadação e cobrança dos tributos, entre outros.
Outra pendência para efetivar o plano de expansão está na contratação dos 10 mil novos funcionários, aprovada pelo Conselho de Administração da Caixa ontem. A instituição enviou pedido de autorização para a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério da Economia, para ampliar o quadro de servidores e chamar três mil pessoas aprovadas no concurso de 2014. O banco também quer lançar edital para contratar mil PCDs até setembro.
“Entendemos que eles [Sest] aprovarão, mas é um passo burocrático. A apresentação que faremos para a Sest é essa, uma demonstração clara que a abertura de agências é necessária de diversas maneiras e que, como consequência, há necessidade de novas pessoas, pois 268 agências é volume sensível e significativo. Os três mil funcionários deverão ser chamados do concurso vigente após a Sest aprovar o pedido que nós já enviamos ontem mesmo a eles”, explicou o presidente da Caixa. Também está prevista a contratação de 5,2 mil estagiários ou aprendizes e mais 800 vigilantes ou recepcionistas.
Segundo Pedro Guimarães, com o plano de expansão, a Caixa terá presença em todos os municípios brasileiros com população acima de 40 mil habitantes. Em 58 cidades não há nenhuma unidade bancária. “Não tem muita explicação do porquê essas cidades não tinham agência da Caixa. É uma questão social e matemática que resolvemos nessa gestão”, afirmou.
O maior número de novas agências está previsto para as regiões Nordeste (84) e Norte (61). No Sudeste, serão 52, sendo 30 de varejo. No Centro-Oeste e no Sul serão inauguradas a maior parte das unidades especializadas no agronegócio, 26 e 27, respectivamente. Ao todo, a previsão é atender 258 municípios, sendo que 118 municípios receberão a primeira unidade da Caixa.
O plano inicial do banco era abrir 51 unidades especializadas no agronegócio. O número subiu para 80 e, agora, para 100 agências, em todos os Estados brasileiros. Estreante na operação dos recursos para equalização de juros do crédito rural neste Plano Safra 2021/22, com R$ 7 bilhões de saldo equalizável, Pedro Guimarães quer, pelo menos, 25% do mercado de financiamentos agropecuários do país, liderado pelo Banco do Brasil, que detém cerca de 54%.
“Faz todo o sentido entrar em um segmento que tem potencial no longo prazo muito grande (...) A pergunta é por que até hoje a Caixa não tinha entrado no agronegócio?”, perguntou. Guimarães disse que o banco tem capital forte e saudável para investir no setor. “Entramos no Plano Safra e há necessidade de expansão, com tranquilidade, fazendo toda medição matemática. Temos convicção que a Caixa deve entrar, que o agronegócio será um dos pilares da Caixa e vamos trabalhar para ter, pelo menos, 25% do mercado de agronegócio”, concluiu.