O mercado de soja no Brasil teve uma semana de ritmo mais lento, marcada pela postura cautelosa dos produtores. Mesmo com a valorização dos contratos futuros em Chicago, a queda do dólar frente ao real acabou pesando sobre os preços internos e reduziu o volume de negócios.
Segundo Rafael Silveira, analista da consultoria Safras & Mercado, o atual patamar de preços no mercado doméstico é favorável para os produtores que desejam negociar. "Levando em conta os fundamentos atuais, o preço doméstico é excelente para quem pretende vender soja", avaliou.
Variação das cotações
Entre os dias 17 e 24 de abril, a saca de 60 quilos da soja registrou leve recuo em diversas praças do país. Em Passo Fundo (RS), o preço caiu de R$ 132 para R$ 130. Em Rondonópolis (MT), houve queda de R$ 119 para R$ 116,50. No Porto de Paranaguá (PR), referência para exportação, a cotação passou de R$ 137 para R$ 134. Já em parte do interior do Rio Grande do Sul, os preços permaneceram estáveis, próximos de R$ 131.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em julho acumularam alta de 1,93% até a manhã de sexta-feira (25), impulsionados por sinais de uma possível reaproximação comercial entre China e Estados Unidos, o que reduziu a aversão ao risco no mercado internacional.
Apesar do bom desempenho no exterior, a valorização da soja em dólares foi neutralizada no Brasil pela desvalorização da moeda norte-americana. O dólar comercial caiu 1,93% na semana até quinta-feira (24), impactado pelo aumento do fluxo de capitais para mercados emergentes, o que fortaleceu o real e limitou os ganhos internos da oleaginosa.
Agora, o mercado volta suas atenções para o plantio da nova safra norte-americana. As boas condições iniciais das lavouras e a possibilidade de cortes na área cultivada nos Estados Unidos são fatores que poderão influenciar diretamente os preços globais nas próximas semanas.
