Sebo bovino está em alta nos EUA, mas não há o suficiente para atender à demanda
POR ESTADÃO CONTEÚDO
09/04/2025 13h16 - Atualizado há 5 dias
Nova York, 9 - O sebo bovino está em alta entre consumidores norte-americanos, mas sua adoção em escala não deve ocorrer tão cedo. A gordura de origem animal tornou-se um dos ingredientes favoritos entre redes de restaurantes e consumidores que buscam abandonar os óleos vegetais.
Algumas marcas estão promovendo essa mudança, citando sua crescente popularidade e a preferência de alguns consumidores pelo sabor dos alimentos preparados com o ingrediente.
Porém, representantes do setor agrícola alertam que uma substituição em massa dos óleos vegetais não é viável. Eles afirmam que a mudança não tem respaldo científico e que produtos derivados de soja e canola são, na verdade, saudáveis.
Os Estados Unidos produziram cerca de 6,8 milhões de toneladas de óleo de soja refinado e comestível no ano passado, em comparação com cerca de 450 mil toneladas de sebo comestível, segundo o Departamento de Agricultura do país (USDA).
"Se alguém quiser usar sebo bovino, ótimo, mas não há nem de perto o suficiente para substituir todos os óleos vegetais", disse o presidente da Associação Americana da Soja, Caleb Ragland, que também é produtor de soja no Estado de Kentucky.
O secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., e outros apoiadores de sua agenda "Make America Healthy Again" (Torne a América Saudável Novamente) adotaram o sebo e condenam o uso de óleos vegetais, que acreditam ser prejudiciais aos americanos.
O sebo é produzido a partir das aparas de gordura das carcaças bovinas. Esse material passa por um processo de aquecimento a baixa temperatura para separar o líquido do material sólido. O líquido é enviado a um processador de sebo, que o refina e vende para os consumidores.
Como nem todo sebo é comestível e a produção de carne bovina está se desacelerando por causa da redução dos rebanhos, alguns representantes da indústria de carne duvidam que redes de restaurantes possam substituir completamente os óleos vegetais. Ainda assim, o setor está animado com o aumento da demanda.
"Definitivamente, é um momento empolgante para nós", disse Greg Evans, gerente geral da fornecedora de sebo South Chicago Packing. A empresa recentemente expandiu uma de suas fábricas de processamento de sebo e está vendendo seus novos produtos de sebo em spray em supermercados.
A gigante agrícola Cargill disse que os substitutos dos óleos vegetais são limitados. Nenhuma alternativa, exceto o óleo de palma, tem a escala necessária para atender à demanda global dos consumidores, disse a empresa, que também fornece sebo bovino.
"É algo mais impulsionado pelas redes sociais do que pela ciência", disse Florian Schattenmann, diretor de Tecnologia da Cargill, em entrevista sobre essa mudança. Fonte: Dow Jones Newswires.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO
FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO