O governo do Paraná anunciou um projeto pioneiro no país para fortalecer o financiamento ao agronegócio. Lançado na sede da B3, em São Paulo, o novo Fundo de Investimento em Direitos Creditórios nas Cadeias Produtivas do Agro deve disponibilizar R$ 2 bilhões em recursos para financiar investimentos estruturantes no setor. A iniciativa contempla todos os 399 municípios do estado e mira áreas como armazenagem, irrigação, logística, aquisição de máquinas e ampliação de plantas industriais.
O modelo é considerado uma alternativa ao tradicional Plano Safra, com a proposta de facilitar o crédito para produtores vinculados a cooperativas e empresas integradoras. O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou que a ideia central do projeto é permitir que o setor privado defina onde investir, com gestão também privada e apoio do governo estadual para equalizar os juros.
"É um recurso para investimentos, não é para custeio. É para realmente gerar riqueza no campo, com foco em irrigação, aviários, armazenagem e novas unidades industriais", disse Ratinho Junior. Ele também destacou que haverá preferência por equipamentos fabricados no próprio Paraná, como forma de impulsionar a indústria local.
O fundo será gerido por instituições privadas selecionadas no mercado, com o primeiro aporte de R$ 150 milhões realizado pela Fomento Paraná, agência de fomento do estado. Segundo Cláudio Stábile, presidente da instituição, o novo modelo busca suprir uma demanda crescente por crédito rural, diante das limitações do sistema atual.
"Nesta primeira fase, utilizaremos R$ 150 milhões e traremos um gestor que vai buscar investidores no mercado, além de envolver as próprias cooperativas. O fundo cria um círculo virtuoso de geração de renda, empregos e retorno tributário para o estado", explicou Stábile.
A expectativa do governo é ambiciosa: com os R$ 2 bilhões disponíveis, espera-se uma alavancagem de até R$ 14 bilhões em investimentos privados no agronegócio paranaense.