13/09/2021 às 13h48min - Atualizada em 13/09/2021 às 13h51min

Soja de baixo carbono vai valorizar a oleaginosa brasileira em mercado exigente

Pós Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado na última sexta-feira (10), realizou um Workshop dirigido a jornalistas para discutir Sojicultura e Descarbonização. Foi promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Embrapa, Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) e National Wildlife Federation (NWF). A informação é da assessoria de imprensa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre Lima Nepomuceno, foi quem abordou a descarbonização das culturas desse grão. O diretor geral do INPEV, João César M. Rando, falou sobre o Programa ESG do Instituto (um programa de educação ambiental) e Francisco Berduschi Neto, do NWF, discutiu Pecuária: Produtividade, Sustentabilidade e Comunicação.   

O Programa Soja Baixo Carbono (SBC), da Embrapa Soja, está reunindo todos os atores da cadeia produtiva para definir as etapas de construção da iniciativa, que teve início em abril e será concluída em 2023. Alexandre Nepomuceno diz que “o objetivo é que o Programa SBC ateste a sustentabilidade da produção de soja brasileira, tornando tangíveis aspectos qualitativos e quantitativos do grão, produzido com tecnologias e práticas agrícolas que reduzam a intensidade de emissão de gases de efeito estufa (GEEs)”.

O Programa SBC vai possibilitar a identificação da soja produzida sob um conjunto de práticas culturais e de tecnologias, que tornem o processo mais eficiente - por unidade de carbono equivalente (C-CO2) emitida - em relação ao que existe disponível no mercado global. “É importante ressaltar que a SBC buscará fomentar a redução das emissões de GEEs sem deixar em segundo plano o aumento de produtividade, necessário para atender à crescente demanda mundial pelo grão”, ressalta.

De acordo com Nepomuceno, o conceito está sendo pautado no resultado dos benefícios e na certificação das práticas de produção que comprovadamente tenham baixa emissão de GEEs. O Programa SBC utilizará uma metodologia brasileira, baseada em protocolos científicos validados internacionalmente, a partir de critérios objetivamente mensuráveis, reportáveis e verificáveis. A certificação da soja brasileira será voluntária, privada e de empresas especializadas (certificação de 3ª parte).

A definição dos princípios, diretrizes, critérios, práticas agrícolas e indicadores a serem seguidos para produção da SBC será conduzida, sob a coordenação de um comitê gestor, e seguirá padrões internacionais de preparação de normas. “A construção metodológica do Programa SBC está envolvendo o levantamento, análise e compilação de dados científicos disponíveis na literatura, com a posterior discussão e validação públicas”, comenta Nepomuceno.

Soja

Na safra 2020/21, o Brasil produziu 135 milhões de toneladas de soja, em 38 milhões de hectares, o que representa aproximadamente 23% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O Brasil se tornou o maior produtor mundial de soja e a cultura hoje tem reflexos importantes na economia, impactando na realização de negócios, na geração de emprego e renda e trazendo melhorias para a qualidade de vida de toda a população.

Nepomuceno enfatizou que a soja é a principal fonte de proteína, em nível mundial, sendo usada em produtos industrializados e também em ração animal. A cadeia produtiva da soja brasileira adota tecnologias sustentáveis como o plantio direto na palha, o manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas, assim como técnicas de manejo e conservação de solo. Durante a palestra, Nepomuceno disse ainda que o processo de Fixação Biológica de Nitrogênio na cultura da soja, via uso de bactérias fixadoras de nitrogênio, por exemplo, dispensa a utilização de adubos nitrogenados e traz uma economia aproximada de 14 bilhões de dólares ao Brasil, por safra. 

 

Da Redação.


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