A demanda internacional aquecida tem impulsionado as exportações brasileiras de carne bovina em 2025. Dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o setor segue em trajetória de crescimento, tanto em volume quanto em receita.
Entre janeiro e março, o Brasil embarcou 676 mil toneladas de carne bovina, um aumento de 12,8% em relação ao mesmo período de 2024. A receita no trimestre atingiu US$ 3,22 bilhões — alta de 22,1% na comparação anual. Em março, foram exportadas 248 mil toneladas, representando crescimento de 30,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior e de 13,1% sobre fevereiro. O faturamento mensal chegou a US$ 1,2 bilhão, avanço de 39,6% em um ano.
A maior parte das exportações em março foi de carne in natura, que respondeu por 86,8% do volume e por 89,7% da receita do setor. Produtos como tripas e carnes salgadas também se destacaram, com crescimentos de mais de 35% tanto em volume quanto em faturamento. Industrializados e miúdos registraram expansão superior a 9%.
Para o presidente da Abiec, Roberto Perosa, os bons resultados são reflexo da “competitividade e qualidade da carne bovina brasileira no mercado internacional”, além da eficiência de toda a cadeia produtiva. Ele destaca que apenas cerca de 30% da produção nacional é destinada à exportação, com cortes diferentes dos consumidos internamente, o que assegura o abastecimento doméstico e gera emprego, renda e divisas para o país.
A China manteve a liderança como principal destino da carne bovina brasileira, com a compra de 97,3 mil toneladas em março, gerando receita de US$ 463,8 milhões — 39,4% do total exportado no mês. Já os Estados Unidos, segundo maior mercado, ampliaram significativamente suas compras, atingindo 42,1 mil toneladas, alta de 56,3% sobre fevereiro, com faturamento de US$ 225,5 milhões (+53%).
Já na primeira semana de abril, os embarques de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada somaram 37,4 mil toneladas. A média diária exportada ficou em 9,3 mil toneladas — leve recuo de 0,9% frente à média de abril de 2024. No entanto, a receita cresceu 8,2%, totalizando US$ 185,2 milhões até agora, puxada pela alta nos preços internacionais.
O valor médio da tonelada exportada nesta primeira semana foi de US$ 4.949, 9,2% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Se o ritmo for mantido, as exportações em abril poderão se aproximar novamente das 207,7 mil toneladas registradas no mesmo mês de 2024.