A economia do país vive a vigésima terceira semana consecutiva de projeção de aumento da inflação em 2021. Na semana passada as principais instituições financeiras previam uma taxa de inflação entre janeiro e dezembro medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 7,58%, mas o cenário se deteriorou muito em uma semana, e nesta segunda-feira o Boletim Fócus, do Banco Central (BC), elevou previsão para 8%.
A previsão é bem acima da meta da inflação estipulada pelo Banco Central para 2021, fixada em 3,75% pelo Comitê de Política Econômica (Copom), com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. Ou seja: poderia oscilar entre 2,25% e 5,25%. As informações são da Agência Brasil. Ela revela também que o BC estima inflação de 4,03% para 2022. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,25% e 3,03%, respectivamente.
Quem puxa
Em agosto, puxada pelos combustíveis, a inflação subiu 0,87%, a maior inflação para o mês desde o ano 2000, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses, o maior acumulado desde fevereiro de 2016, quando o índice alcançou 10,36%.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 5,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 8% ao ano. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica fique nesse mesmo patamar. Tanto para 2023 como para 2024, a previsão é 6,5% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 5,15% para 5,04%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,72%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,30% e 2,50%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 5,17 para R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana também fique em R$ 5,20.
Da Redação, com Agência Brasil