O agronegócio paulista registrou um superávit de US$ 3,01 bilhões no primeiro bimestre de 2025, resultado das exportações que somaram US$ 4,03 bilhões e importações de US$ 1,02 bilhão. Apesar da redução de 25,7% em relação ao mesmo período de 2024, São Paulo segue como o principal exportador do setor no Brasil, respondendo por 18,1% da balança comercial do agronegócio nacional, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta).
O complexo sucroalcooleiro liderou as exportações paulistas, representando 27% do total, com US$ 1,09 bilhão. Dentro desse grupo, o açúcar respondeu por 91,6% das vendas, enquanto o etanol contribuiu com 8,4%. Já o setor de sucos ficou em segundo lugar, alcançando US$ 573,74 milhões, sendo 98,6% referentes ao suco de laranja.
O setor de carnes, que teve participação de 14,1% nas exportações do agro paulista, registrou vendas de US$ 567,76 milhões, com a carne bovina respondendo por 82,1% desse montante. Produtos florestais e o grupo de café completaram a lista dos cinco principais segmentos exportadores.
Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, a queda no desempenho das exportações se deve à instabilidade cambial e à maior oferta de açúcar no mercado global. "Os embarques registrados no início do ano deram uma enfraquecida diante da instabilidade do câmbio, mas o agro paulista manteve sua representatividade nos resultados nacionais", destacou Piai.
O complexo soja, embora na sétima posição, registrou vendas de US$ 175,91 milhões, com destaque para a soja em grão (68,5% do total). A expectativa é de aumento nas vendas desse grupo nos próximos meses, acompanhando a evolução da colheita no estado.
De acordo com José Alberto Ângelo, pesquisador científico do IEA-Apta, a redução nas exportações de açúcar é reflexo da maior disponibilidade do produto proveniente de países como Índia, Tailândia e União Europeia, além da entressafra brasileira. "Os produtores optaram por comercializar o açúcar no mercado interno, onde o preço está mais vantajoso com a desvalorização do dólar frente ao real no começo de 2025", explicou Ângelo.