O fornecimento de proteína aos ruminantes desempenha um papel crucial na nutrição animal, não apenas por suprir as necessidades protéicas dos animais, mas também por atender aos microrganismos do rúmen, que são essenciais para a digestão eficiente. Esses microrganismos transformam os nutrientes em proteínas de alta qualidade, que são posteriormente absorvidas no trato digestivo.
A alimentação de bovinos, portanto, envolve a utilização de uma variedade de subprodutos da agroindústria e fontes alternativas de proteína, como a ureia. A exploração de produtos regionais, como farelos e grãos secos de destilaria (DDG), bem como o farelo de amendoim, pode não apenas melhorar a qualidade da dieta, mas também reduzir significativamente os custos de produção.
A busca por fontes alternativas de proteína é uma tendência crescente na pecuária, especialmente em um cenário onde os custos dos insumos tradicionais, como o farelo de soja, estão em constante elevação. Entre as opções disponíveis (Tabela 1), destacam-se:
- Farelo de Algodão: Rico em proteína e fibra, o farelo de algodão é uma alternativa viável ao farelo de soja. Estudos mostram que sua inclusão nas dietas pode resultar em ganhos de peso semelhantes ou até superiores aos obtidos com o uso do farelo de soja.
- Grãos Secos de Destilaria com Solúveis (DDGS): Esses grãos são subprodutos da indústria etílica e apresentam um perfil nutricional favorável. A substituição do farelo de soja por DDGS tem mostrado resultados promissores em termos de digestibilidade e desempenho animal.
- Farelo de Amendoim: Com um teor proteico que varia entre 40% e 50%, o farelo de amendoim é uma excelente fonte alternativa. Além disso, possui uma boa relação custo-benefício e pode ser utilizado em diversas formulações. Estudos indicam que sua inclusão nas dietas pode resultar em um desempenho semelhante ao do farelo de soja, além de fornecer ácidos graxos benéficos.
- Ureia Protegida: A ureia é amplamente utilizada para complementar dietas com baixos teores proteicos. Sua forma protegida permite uma liberação controlada no rúmen, favorecendo a síntese microbiana e aumentando a eficiência do uso do nitrogênio.
- Farinha de Insetos: Com um teor proteico que varia entre 45% e 65%, a farinha de insetos está emergindo como uma alternativa inovadora e sustentável. Pesquisas indicam que sua inclusão nas dietas pode resultar em taxas de crescimento comparáveis às das fontes tradicionais.
Tabela 1 - Comparação de Fontes Proteicas
A adoção dessas fontes alternativas não só melhora a qualidade nutricional das dietas, mas também oferece vantagens econômicas significativas. Ao utilizar subprodutos locais e menos onerosos, os pecuaristas podem reduzir os custos com alimentação sem comprometer o desempenho dos animais.
Além disso, a diversificação das fontes proteicas pode contribuir para a sustentabilidade da produção pecuária. O uso eficiente dos recursos disponíveis minimiza o desperdício e promove uma agricultura mais circular.
O uso de fontes alternativas de proteína na alimentação dos ruminantes representa uma estratégia eficaz para aumentar a produtividade e a rentabilidade na pecuária. Ao diversificar as fontes proteicas disponíveis, os pecuaristas não apenas atendem às necessidades nutricionais dos animais, mas também promovem práticas mais sustentáveis e econômicas. A inclusão do farelo de amendoim, juntamente com outras opções como DDGS, deve ser considerada uma prioridade para aqueles que buscam otimizar suas operações e garantir a saúde e o bem-estar dos rebanhos. Com o contínuo avanço das pesquisas sobre nutrição animal, espera-se que novas opções emerjam, ampliando ainda mais as possibilidades para uma pecuária mais eficiente e sustentável.