A safra brasileira de café em 2024 foi marcada por desafios climáticos, resultando em uma produção de 54,2 milhões de sacas de 60 kg, volume 1,6% inferior ao registrado em 2023. De acordo com o 4º levantamento da safra divulgado na terça-feira (21) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o clima adverso foi o principal responsável pela queda, especialmente em regiões produtoras de destaque, como Minas Gerais e Espírito Santo.
Nos últimos quatro anos, fenômenos climáticos como geadas, restrição hídrica e altas temperaturas impactaram negativamente a produtividade das lavouras. Em 2024, a produtividade média nacional fechou em 28,8 sacas por hectare, uma redução de 1,9% em comparação ao ano anterior. A área destinada à cafeicultura no país alcançou 2,23 milhões de hectares, com 1,8 milhão de hectares em produção e 353,6 mil hectares em formação.
Minas Gerais e Espírito Santo
Maior produtor de café do Brasil, Minas Gerais colheu 28,1 milhões de sacas, uma redução de 3,1% em relação à safra passada. A estiagem prolongada e as altas temperaturas registradas a partir de abril foram os principais fatores que comprometeram a produção no estado.
No Espírito Santo, maior produtor de café conilon, a safra de 2024 totalizou 9,8 milhões de sacas, queda de 3,1% em relação a 2023. As ondas de calor entre outubro e dezembro prejudicaram o potencial produtivo inicialmente promissor. Em Rondônia, outro estado importante para o conilon, a redução foi ainda mais significativa, com uma queda de 31,2%, resultando em pouco mais de 2 milhões de sacas.
O café arábica, responsável por 39,6 milhões de sacas da produção total, teve um pequeno aumento de 1,8% em relação ao ano anterior, mesmo com as adversidades climáticas. Já o conilon registrou uma redução de 5,9% na produtividade média, alcançando uma produção de 14,6 milhões de sacas.
Exportações
Apesar da queda na produção interna, o Brasil alcançou um recorde histórico de exportação de café, com 50,5 milhões de sacas enviadas ao mercado internacional em 2024, alta de 28,8% em relação ao ano anterior. A receita gerada foi de US$ 12,3 bilhões, representando um crescimento de 52,6%.
Para mais informações sobre os dados da safra, o boletim completo está disponível no site da Conab.
