10/01/2025 às 09h52min - Atualizada em 10/01/2025 às 09h52min

Novo sistema de pedágio pode causar “colapso logístico” no transporte de commodities, alerta associação

Mudanças nas regras de pagamento afetam caminhoneiros que transportam milhões de toneladas de grãos e podem gerar gargalos nas estradas brasileiras

- Da Redação, com MoneyTimes
Foto: reprodução

A Associação Nacional dos Transportadores de Cargas do Brasil (ANATC) alertou para o risco de um “colapso logístico” no transporte de commodities agrícolas, após mudanças no sistema de pagamento nos pedágios para caminhões. A partir da introdução das etiquetas eletrônicas como único meio de pagamento, a medida começou a afetar motoristas de caminhões que transportam as safras brasileiras de soja e outras commodities, especialmente no contexto da colheita da safra recorde de soja, estimada em 170 milhões de toneladas.

 

Carley Welter, diretor-executivo da ANATC, afirmou que as empresas fornecedoras das etiquetas não estão conseguindo atender à demanda crescente, impactando cerca de 50.000 caminhoneiros. A falta de tempo para adaptação gerou gargalos logísticos nas estradas, com caminhoneiros e embarcadores enfrentando multas de até R$ 3.000 por veículo a cada viagem. A ANATC destacou que o novo sistema pode resultar em atrasos significativos no escoamento de grãos para os portos, afetando a economia nacional.

 

No entanto, a NTC&Logística, outra entidade do setor, defendeu as mudanças, afirmando que o novo sistema visa agilizar o fluxo de caminhões nos pedágios. Segundo Gil Menezes, assessora jurídica da NTC&Logística, a transição foi planejada para facilitar o processo e, até 31 de janeiro, os caminhoneiros ainda poderão usar cartões de crédito para completar o pagamento.

 

Entidades do setor agrícola, como a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), alertam que qualquer falha no sistema pode prejudicar gravemente a logística de transporte, essencial para exportar cerca de 180 milhões de toneladas de grãos em 2025. A ANATC, que representa empresas que movimentam 150 milhões de toneladas de carga, inclui principalmente soja, milho, farelo de soja e outros produtos agrícolas essenciais para a balança comercial brasileira.

 

 

 

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