A exportação de milho brasileiro registrou queda em dezembro de 2024, com embarques totalizando 4,2 milhões de toneladas, 30% abaixo do volume exportado no mesmo mês de 2023, quando alcançou 6,06 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta segunda-feira (6). A média diária de embarques ficou em 203,1 mil toneladas, representando uma redução de 29,7% em relação à média de 303,1 mil toneladas no mesmo período do ano anterior.
O faturamento também recuou no comparativo anual, somando US$ 915,3 milhões em dezembro de 2024, contra US$ 1,3 bilhão no mesmo mês de 2023. A média diária de receitas caiu 33,5%, ficando em US$ 43,5 milhões, ante US$ 68,8 milhões em dezembro do ano anterior. O preço médio pago pela tonelada de milho brasileiro também sofreu retração, fechando em US$ 214,60, uma redução de 5,5% frente aos US$ 226,90 registrados em dezembro de 2023.
Apesar da queda nos números, João Vitor Bastos, analista de mercado da Pátria Agronegócio, avalia que o desempenho das exportações de milho em 2024 foi positivo, mesmo com o volume anual de embarques ficando cerca de 32% abaixo do registrado em 2023. “É um resultado interessante. Não faltou milho no mercado interno, e os estoques se mantiveram equilibrados”, explica Bastos, destacando que o Brasil permanece competitivo no cenário internacional.
O câmbio é apontado como fator determinante para a manutenção da atratividade do milho brasileiro no mercado global. A valorização do dólar em relação ao real favorece as exportações e deve continuar impulsionando os embarques em 2025. “A competitividade do Brasil é reforçada por essa dinâmica, o que pode compensar eventuais desafios no mercado externo”, acrescenta o analista.