O acordo de comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que estabelece uma cota de 25 mil toneladas de carne suína com tarifa reduzida de €83 por tonelada, deverá ter impacto limitado nas exportações brasileiras do setor. Segundo relatório divulgado pelo Rabobank em dezembro, a competitividade da produção europeia impede que os países sul-americanos aproveitem plenamente a cota disponibilizada pelo tratado.
O Rabobank destacou que a cota estipulada pelo acordo é significativamente superior ao volume histórico exportado pelo Mercosul para a UE, mas as chances de alcançar essa quantidade são reduzidas. "É altamente improvável que o fluxo futuro real de carne suína do Mercosul se aproxime da cota, já que a UE é e continuará sendo uma produtora competitiva de carne suína", apontou o relatório.
Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, corroborou a avaliação, afirmando que o impacto do acordo será mínimo para a carne suína. "Sendo a União Europeia um dos principais produtores do mundo e pouco importador, o acordo pouco deverá inferir em mudanças", afirmou.
Dados da Scot mostram que, entre janeiro e novembro de 2024, o Brasil exportou apenas 350 toneladas de carne suína para a UE, em contraste com um total de 1,08 milhão de toneladas enviadas a outros mercados.