30/12/2024 às 09h04min - Atualizada em 30/12/2024 às 09h04min

Pesquisadores alemães e Embrapa unem forças contra nova praga da mandioca

Missão no Amapá busca combater a vassoura-de-bruxa que ameaça a produção brasileira do alimento

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: reprodução

Uma cooperação internacional entre o Brasil e a Alemanha está empenhada em combater a nova vassoura-de-bruxa da mandioca, praga identificada em 2024 no extremo norte do Brasil. Cientistas do Instituto Leibniz DSMZ, referência mundial em doenças de plantas, visitaram lavouras no Amapá para coletar amostras e estudar o fungo causador do problema. A ação contou com a parceria da Embrapa e apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

 

A missão científica, realizada entre os dias 11 e 13 de dezembro, envolveu especialistas de renome, como o fitopatologista Stephan Winter e a melhorista Samar Sheat, além de pesquisadores da Embrapa e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A praga afeta cinco dos 17 municípios do Amapá, incluindo Tartarugalzinho, Pracuuba e Oiapoque, e representa uma ameaça à produtividade da mandioca, planta essencial para a segurança alimentar e a economia local.

 

No primeiro dia da visita, foi realizada uma reunião na sede da Embrapa Amapá, em Macapá, para alinhar estratégias com órgãos como a Superintendência Federal do Mapa no estado e a Agência Estadual de Defesa e Inspeção Agropecuária (Diagro). Nos dias seguintes, os cientistas visitaram áreas afetadas, como a comunidade de Montainha, em Tartarugalzinho, e o Projeto de Assentamento Cujubim, em Pracuuba.

 

Durante o trabalho de campo, os pesquisadores observaram os sintomas da doença e coletaram materiais vegetais que serão analisados no laboratório do Instituto Leibniz DSMZ, na Alemanha. "Comparar os sintomas da vassoura-de-bruxa no Brasil com os observados em países como Laos e Vietnã é fundamental para entender o comportamento do fungo", explicou Adilson Lopes Lima, pesquisador da Embrapa Amapá.

 

O fungo identificado como Ceratobasidium theobromae, também conhecido como Rhizoctonia theobromae, foi constatado inicialmente em terras indígenas de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa. Sua presença é alarmante devido ao impacto severo na produtividade da mandioca. A praga se dispersa por meio de material vegetal contaminado, ferramentas de corte, e possivelmente pelo movimento de solo e água.

"É crucial controlar a movimentação de plantas e produtos agrícolas entre regiões para evitar a disseminação do patógeno", alerta uma nota técnica da Embrapa.

 

O Instituto Leibniz DSMZ, parceiro da Embrapa, é reconhecido pela excelência em pesquisas sobre doenças de plantas e recursos biológicos. O trabalho conjunto inclui o estudo da epidemiologia da doença e o desenvolvimento de estratégias de controle para minimizar os impactos na agricultura brasileira.

 

Os próximos passos incluem análises laboratoriais das amostras coletadas e a implementação de ações para mitigar a disseminação da praga. A missão científica reforça o compromisso da Embrapa e de parceiros internacionais na busca por soluções inovadoras para os desafios da agricultura tropical.

 

 


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