A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) ficou em 0,66% em agosto, contra 0,78% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em 12 meses, o índice acumula alta de 31,12%; no ano, está em 16,75%. Em agosto de 2020, o índice havia subido 2,74% e acumulava elevação de 13,02% em 12 meses.
A variação mensal ficou abaixo da mediana das estimativas de 17 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 0,86% de aumento, com intervalo das projeções indo de 0,45% a 1,42%.
“Se não fosse a crise hídrica, o IGP-M apresentaria desaceleração mais forte. No IPA, culturas afetadas pela estiagem, como milho (-4,58% para 10,97%) e café (0,04% para 20,98%) registraram forte avanço em seus preços. No âmbito do consumidor, o preço da energia, para a qual é esperado novo reajuste em setembro, registrou alta de 3,26%, sendo a principal influência para a inflação ao consumidor”, diz André Braz, coordenador dos Índices de Preços, em comentário no relatório.
Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) aumentou 0,66% em agosto, ante 0,71% em julho. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais subiu 2,22% em agosto. No mês anterior, o índice havia variado 1,08%. A principal contribuição para esse resultado partiu do subgrupo alimentos in natura (-1,14% para 8,28%). A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 1,15% em julho para 2,11% em agosto. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cujo percentual foi de 0,11% para 1,68%.
O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 1,64% em agosto, após avanço de 0,09% em julho. Contribuíram para o recuo da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (2,70% para -15,32%), bovinos (1,73% para -0,34%) e leite in natura (5,74% para 2,32%). Em sentido oposto, destacaram-se os itens soja em grão (-5,92% para 7,78%), milho em grão (-4,58% para 10,97%) e café em grão (0,04% para 20,98%).
Com peso de 30%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou elevação de 0,75% em agosto, ante 0,83% em julho. Das oito classes de despesa componentes do índice, a principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (2,16% para 0,53%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item passagem aérea, que saiu de 24,69% em julho para 3,17% em agosto.
Houve ainda abrandamento do ritmo de alta em Habitação (1,66% para 1,05%). Comunicação saiu de estabilidade para queda de 0,11%. Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens tarifa de eletricidade residencial (5,87% para 3,26%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,02% para -0,26%).
Em contrapartida, subiram mais Alimentação (0,59% para 1,17%), Despesas Diversas (0,06% para 0,19%), Transportes (0,73% para 0,76%) e Vestuário (0,26% para 0,29%). Houve mudança de rumo em Saúde e Cuidados Pessoais (-0,07% para 0,42%).
Com os 10% restantes do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,56% em agosto, ante 1,24% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de julho para agosto: Materiais e Equipamentos (1,52% para 1,17%), Serviços (0,65% para 0,78%) e Mão de Obra (1,12% para 0,00%).