O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira o afastamento do delegado Felipe Leal das investigações sobre a suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF).
No despacho, Moraes também anulou pedidos de informações feitos pelo delegado que miravam atos do diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, e do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente. Para o ministro, não há "qualquer pertinência" entre as novas providências e o objeto da investigação.
Ele lembrou que o inquérito foi aberto para investigar a denúncia feita pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, em abril de 2020, de que Bolsonaro havia decidido mudar o comando da PF para blindar familiares e amigos de investigações.
Moraes citou seis pedidos do delegado que não estariam no escopo da investigação, pois se referem a atos que teriam sido adotados por Maiurino, que assumiu o comando da organização em abril de 2021, ou seja, "após os fatos apurados no presente inquérito e sem qualquer relação com o mesmo".
Um dos pedidos anulados foi direcionado à Procuradoria Geral da República (PGR), para que o órgão enviasse cópia de eventual procedimento instaurado para apurar se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) produziram relatórios para orientar a defesa de Flávio no caso das "rachadinhas".
Os pedidos também incluíam decisões de Maiurino sobre a troca de delegados, entre eles Alexandre de Saraiva, que pediu a abertura de inquérito contra o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.