18/12/2024 às 09h32min - Atualizada em 18/12/2024 às 09h32min

Inseminação Artificial por Tempo Fixo é uma estratégia eficiente para a pecuária

A técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) tem se consolidado como um investimento estratégico para a melhoria genética e a eficiência reprodutiva do rebanho

- Da Redação, com Cepea
Foto: reprodução

A técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) vem se consolidando como uma ferramenta essencial para a eficiência reprodutiva e o controle sobre a reprodução no Brasil. Seu uso proporciona ao produtor maior previsibilidade nos resultados e contribui diretamente para a melhoria genética do rebanho e o aumento da produtividade. Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/ESALQ), 23,1% das matrizes de corte no país já são inseminadas, demonstrando uma adoção crescente da técnica entre os criadores.

 

Além disso, o Boletim Eletrônico do Departamento de Reprodução Animal da FMVZ/USP aponta que, em 2023, 91,2% das inseminações no Brasil ocorreram por meio da IATF. A adoção da técnica teve um aumento considerável em 2021, quando o preço elevado da arroba do boi gordo incentivou os pecuaristas a otimizar a produtividade e aproveitar o ciclo favorável. Contudo, é importante que a IATF seja vista como uma estratégia de longo prazo e não apenas como uma resposta a períodos de alta no mercado. A técnica, por si só, não garante resultados satisfatórios; é essencial que o ambiente do rebanho, incluindo sanidade, nutrição e bem-estar, seja cuidadosamente manejado.

 

O custo da IATF, embora elevado, se mostra mais vantajoso do que a monta natural (MN). A técnica de inseminação resulta em maior número de nascimentos no início da estação de parição, refletindo em um aumento no ganho de peso dos bezerros à desmama e, consequentemente, em melhores resultados financeiros para o produtor. 

Além disso, o uso de sêmen de touros geneticamente superiores permite ganhos contínuos de qualidade genética no rebanho.

 

Levando em consideração o custo de reprodução por prenhez, a IATF se revela mais econômica em comparação à manutenção de touros. Segundo dados do Projeto Campo Futuro, o custo médio de prenhez via IATF é de R$ 128,29, enquanto para a monta natural, o custo chega a R$ 140,16 por prenhez. A utilização dessa tecnologia também está associada a custos variáveis com insumos como o CIDR (dispositivo intravaginal de progesterona), que tem sofrido variações de preço ao longo dos últimos anos.

 

Os custos totais da IATF têm apresentado uma tendência de queda nos últimos anos, com uma redução de 24% no período entre 2019 e 2024, quando ajustados pela inflação. Essa diminuição no custo torna a produção de animais geneticamente superiores mais competitiva e viável economicamente.

 

Para maximizar os resultados da IATF, é fundamental que o produtor adote uma abordagem holística, considerando o conforto animal e o acompanhamento especializado durante o processo. As melhorias nos índices reprodutivos, a padronização de lotes de desmama e o incremento do valor genético dos bezerros são alguns dos benefícios que podem ser obtidos com a aplicação da técnica. Além disso, a tendência de valorização da arroba do boi gordo nos próximos anos poderá incentivar mais pecuaristas a investir na IATF, garantindo maior lucratividade a longo prazo.

 

 


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