21/07/2021 às 15h31min - Atualizada em 21/07/2021 às 15h31min

Neoenergia prevê início de operação de parque eólico na PB nos próximos meses

A Neoenergia deve iniciar a operação comercial dos primeiros aerogeradores do complexo eólico de Chafariz, na Paraíba, nas próximas semanas, informou o presidente do grupo, Mário Ruiz-Tagle, durante teleconferência de resultados nesta quarta-feira.

O projeto, que inclui 15 parques com capacidade de 471,2 megawatts (MW), está atualmente em fase de testes. A expectativa é que as 25 unidades geradoras atualmente em teste entrem em operação comercial ao longo do segundo semestre do ano.

Ruiz-Tagle também reiterou o compromisso da companhia de iniciar no primeiro semestre de 2022 a operação comercial do complexo eólico Oitis, na divisa entre Bahia e Piauí. O projeto, que inclui 12 parques com capacidade instalada de 566,5 MW, está com as obras adiantadas em três meses.

A companhia também antecipou do início das obras do complexo solar Santa Luzia (PB). Com capacidade instalada total de 149,3 MWp, o empreendimento é o primeiro da companhia para a geração fotovoltaica centralizada. A previsão é de entrada em operação em 2022.

Em conferência com analistas para comentar os resultados do segundo trimestre do ano, Ruiz-Tagle ressaltou a recuperação depois da eclosão da pandemia e afirmou que está otimista quanto ao segundo semestre do ano, com o avanço da vacinação para conter a crise sanitária no país.

“Apesar da situação da covid não estar completamente controlada no Brasil, o mercado de energia nas nossas áreas de concessão tem se mostrado crescente. Isso nos deixa otimistas para o segundo metade do ano, em que, com o avanço da vacinação, deve haver recuperação econômica”, afirmou.

Ruiz-Tagle afirmou que vê capacidade de gestão no governo sobre o setor elétrico para evitar um racionamento de energia durante a crise hídrica, mas destacou que enfrentar uma crise no setor “seria uma segunda pandemia”.

“É muito importante atuar prontamente para manter a retomada da economia depois da pandemia. O esforço da vacinação está mostrando a retomada”, afirmou.

O executivo disse que acredita que o país está mais preparado para enfrentar uma crise no setor do que em 2001, devido à diversificação da matriz elétrica, com maior participação de fontes renováveis e térmicas. Ele também lembrou que o governo tem feito esforços para atuar sobre a gestão do volume de água nos reservatórios das hidrelétricas.

Segundo o executivo, todas as usinas do grupo têm seguro sobre o risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês) e, por isso, não há expectativa de grandes impactos devido à atual escassez hídrica. A Neoenergia atende a mais de 15 milhões de clientes por meio das distribuidoras CEB (DF), Coelba (BA), Cosern (RN), Celpe (PE) e Elektro (SP). O grupo atua ainda na geração, comercialização e transmissão de energia elétrica.

Hidrogênio verde

Depois de assinar em junho um memorando de entendimentos com o Porto de Suape (PE) para desenvolver um projeto piloto de uma usina de hidrogênio verde, a Neoenergia já avalia outras parcerias para projetos nesse segmento no Brasil.

Inicialmente, a ideia do projeto em Pernambuco é gerar hidrogênio para consumo da Termopernambuco, usina térmica operada pela Neoenergia no Estado, mas Ruiz-Tagle disse que o projeto pode ser estendido para atender ao consumo de outras indústrias em Suape. “O hidrogênio verde se enquadra na política global do grupo Iberdrola”, afirmou.

O executivo acrescentou que a empresa vai focar seu crescimento no Brasil na área de geração de energias renováveis e disse que vê perspectivas para geração de energia eólica em alto mar no país. Além disso, Ruiz-Tagle destacou que o segmento de linhas de transmissão segue no radar da Neoenergia.

Segundo ele, a companhia não participou do leilão de novas linhas de transmissão realizado em junho ou do leilão de privatização da estatal do Rio Grande do Sul, CEEE-T, que ocorreu na semana passada, por não enxergar as sinergias necessárias com seus outros ativos para criação de valor. “Mas estudamos o leilão de novos projetos de dezembro, vemos algumas linhas [em oferta] que poderíamos administrar”, destacou.

Revisão tarifária em Brasília

A Neoenergia está no início das conversas com a Aneel sobre o processo de revisão tarifária da distribuidora de Brasília, a antiga CEB. Segundo a diretora presidente adjunta do grupo, Solange Ribeiro, a consulta pública sobre o assunto vai ser aberta no dia 3 de agosto.

“Não prevejo problemas maiores, estamos na rota usual de discussão”, disse. A Neoenergia incorporou a CEB este ano, depois de vencer o leilão de privatização da estatal em dezembro de 2020, com uma oferta de R$ 2,5 bilhões.

De acordo com Ruiz-Tagle, a previsão é que as metas de redução de custos regulatórios previstas para a concessão sejam atingidas em dois anos, com ações que incluem um plano de demissões voluntárias, a adequação de verbas para novos investimentos dentro das diretrizes do grupo, além da adequação de salários.

Durante o segundo trimestre, a Neoenergia realizou a ligação de 11 mil consumidores clandestinos no Distrito Federal, entre as 80 mil ligações clandestinas mapeadas quando assumiu o ativo. Com isso, o índice de perdas da concessão encerrou junho em 13,86%, sete pontos percentuais do registrado em junho de 2020.

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