O acordo assinado entre o Mercosul e a União Europeia (UE) na última sexta-feira (6) promete mudanças significativas para as exportações agrícolas, após 25 anos de negociações. De acordo com o governo brasileiro, as condições para a entrada de produtos agropecuários do Mercosul na UE permanecem as mesmas do texto original de 2019, com algumas melhorias em tarifas e cotas.
Entre os produtos com benefícios mais significativos estão o café e sete tipos de frutas do Mercosul, que terão alíquota zero e poderão circular livremente na UE. O café, por exemplo, verá a eliminação gradual de tarifas, com destaque para o café verde e solúvel, cujas tarifas, atualmente entre 7,5% e 11%, serão zeradas entre quatro e sete anos.
Além disso, frutas como abacate, melão e melancia terão acesso imediato ou gradual com redução de tarifas, variando conforme o produto. O acordo também trata de commodities como etanol, açúcar, arroz, mel, milho e sorgo, que terão tarifas zeradas de forma gradual, com cotas específicas para cada produto.
No setor da carne, como bovina e de aves, o acordo traz cotas com tarifas reduzidas, mas ainda haverá um controle rigoroso das quantidades exportadas, com volumes crescentes ao longo dos anos. O açúcar, por sua vez, terá tarifas progressivamente eliminadas, com cotas estabelecidas.
Embora o acordo beneficie diversos produtos, a expectativa é que países como França e Polônia, que têm interesses específicos no mercado agrícola, possam tentar limitar as concessões ao Mercosul, ainda que o tratado tenha sido considerado um avanço importante para a competitividade das exportações agrícolas brasileiras.