O Brasil encerrou novembro de 2024 com uma queda significativa nas exportações de milho. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 4,7 milhões de toneladas, 36% a menos do que no mesmo mês de 2023, quando o volume exportado alcançou 7,4 milhões de toneladas. A média diária de embarques também sofreu retração, caindo de 370,2 mil toneladas em novembro do ano passado para 248,7 mil toneladas neste ano.
Apesar do desempenho reduzido, a alta do dólar reacendeu as expectativas para os próximos meses. Stefan Podsclan, consultor de Grãos e Projetos da Agrifatto, vê oportunidades de recuperação no curto prazo: “O fator dólar mais valorizado tende a trazer para os exportadores uma abertura de possibilidades para mais programas de originação como temos visto da semana passada para essa semana”, afirmou.
O consultor destacou que regiões como o Arco Norte, com rotas em Mato Grosso e Rondônia, e os portos de Santos e Paranaguá já estão se preparando para atender a demanda de exportação em dezembro, janeiro e fevereiro. "Esses meses ainda oferecem boas condições logísticas antes que a safra de soja comece a ocupar toda a estrutura disponível", pontuou Podsclan.
No aspecto financeiro, o faturamento também apresentou queda. O Brasil arrecadou US$ 985 milhões em novembro de 2024, contra US$ 1,6 bilhão no mesmo período de 2023. A média diária caiu 41,3%, de US$ 83,9 milhões para US$ 51,8 milhões. Além disso, o preço médio da tonelada do milho exportado recuou 8%, passando de US$ 226,60 em 2023 para US$ 208,40 neste ano.
Mesmo com a retração nos números de novembro, o cenário de câmbio favorável e ajustes logísticos reforçam as perspectivas de recuperação para os embarques nos próximos meses, ampliando a competitividade do milho brasileiro no mercado internacional.