A interrupção no fornecimento de carnes para o Grupo Carrefour no Brasil já afeta 150 de suas lojas e pode resultar em desabastecimento total em até três dias, conforme estimativas do mercado. A decisão foi tomada após a rede francesa anunciar, na última quarta-feira (20), que deixaria de vender carnes provenientes do Mercosul em suas lojas na França. Frigoríficos como JBS, Marfrig e Masterboi pararam de fornecer os produtos para Carrefour, Sam’s Clube e Atacadão, integrantes do grupo.
A JBS, por meio de sua marca Friboi, responde por grande parte do abastecimento, com 80% do volume fornecido ao grupo, e 100% no caso das lojas Atacadão. A interrupção já gerou desabastecimento em 30% a 40% das gôndolas do Carrefour no Brasil. Embora o Carrefour tenha negado qualquer desabastecimento, alegando que as lojas continuam com a comercialização normal de carnes, fontes do setor afirmam que a situação está se agravando rapidamente.
A reação da indústria de carnes foi imediata, com o governo federal também se manifestando para apoiar medidas duras contra o Carrefour. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressaram apoio à ação, que incluiu pedidos para que os frigoríficos tomassem "ações energéticas" contra o boicote. A maior queixa dos frigoríficos é a contestação da qualidade e sanidade da carne brasileira, além da decisão de bloquear os fornecimentos para a rede.
O Carrefour, até o momento, não se pronunciou sobre a interrupção do fornecimento de carnes por parte das indústrias brasileiras, mas negou a alegação de desabastecimento nas lojas.