A exportação brasileira de tabaco pode ultrapassar US$ 3 bilhões em 2024, segundo estimativas da consultoria Deloitte e do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). Embora a produção da safra 2024/25 deva cair entre 10,1% e 15% no volume total, a valorização média dos preços internacionais pode aumentar a receita das vendas externas entre 20,1% e 25%, impulsionada pelo sistema de produção integrado e pela demanda de grandes importadores, como Bélgica, China, Estados Unidos, Indonésia e Egito.
Durante a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, destacou que a expectativa positiva no setor deve-se ao sistema produtivo ativo, que gera empregos e divisas. Dados do Ministério do Desenvolvimento apontam que, de janeiro a setembro, foram exportadas 316 mil toneladas de tabaco, uma redução de 14% em volume, mas que geraram US$ 2,03 bilhões em receita, aumento de 3,44% em comparação ao mesmo período de 2023.
A safra 2023/24 envolveu a participação de 133 mil famílias do Sul do país, um aumento de 6,62% em relação ao ciclo anterior. Marcílio Drescher, presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), explicou que a ampliação da área plantada – agora em 284,1 mil hectares, com alta de 8,57% – é reflexo da melhora na remuneração dos produtores. Apesar da diminuição do volume da safra em 16,12%, a valorização média dos preços, quase 28%, impulsionou o interesse pelo cultivo.
Drescher apontou que, até novembro, novos números devem ser divulgados sobre as áreas cultivadas e a participação de famílias na produção, destacando que o cultivo já avança em 8,5% nas principais regiões produtoras.