26/08/2021 às 13h00min - Atualizada em 26/08/2021 às 13h00min

À CPI, depoente relata reunião com médica defensora da cloroquina sobre "retomada econômica"

O empresário José Ricardo Santana, ex-funcionário da Anvisa, disse nesta quinta-feira à CPI da Covid que se reuniu com a médica Nise Yamaguchi para discutir a retomada das atividades econômicas durante a pandemia e também uma possível estratégia de testagem em massa da população.

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A informação foi alvo de ironias pelos integrantes da CPI, considerando que Santana e Yamaguchi não têm formação econômica. A médica, uma das principais entusiastas do uso da cloroquina contra a covid-19, é investigada pela comissão como uma das participantes do "gabinete paralelo" do governo na área da Saúde.

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"Reunião sobre economia? Essa resposta é furada, o senhor está faltando com a verdade", disse o senador Omar Aziz, presidente da CPI. "Acabamos de descobrir que existe também um gabinete paralelo da Economia", ironizou Aziz.

O senador Renan Calheiros, relator da CPI, reproduziu o áudio de uma conversa entre Santana e o lobista Marcony Albernaz, na qual eles tratavam de uma suposta tentativa de vender testes ao Ministério da Saúde. No diálogo, Santana diz ter "passado a noite" com Yamaguchi discutindo o tema.

O ex-funcionário da Anvisa também participou de um jantar na casa da advogada Karina Kufa, onde teria conhecido um lobista que poderia ajudá-lo a intermediar contratos com o Ministério da Saúde. Albernaz também foi procurado pela Precisa Medicamentos para auxiliar no "destravamento" da venda de testes de covid-19 para o ministério. No depoimento, no entanto, Santana disse "não se lembrar" de como conheceu Albernaz.

O relator da CPI se valeu novamento de áudio, de uma conversa entre Santana e o lobista, no qual o empresário diz que gostou de conhecê-lo na casa de Karina e se coloca à disposição. Karina Kufa também advoga para o presidente Jair Bolsonaro.

A CPI perguntou se os contatos com Albernaz visavam uma tentativa de fechar negócios com o Ministério da Saúde, mas Santana negou. Ele também estava presente no jantar em que o ex-diretor da pasta Roberto Dias teria pedido propina em um contrato de vacinas.

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