Imagem: Divulgação Os trabalhadores portuários brasileiros se preparam para uma paralisação de 12 horas, marcada para o dia 22 de outubro, das 7h às 19h, em protesto contra possíveis alterações na Lei dos Portos. A greve, que deve envolver cerca de 20 mil funcionários apenas no terminal de Santos, São Paulo, surge em resposta à proposta que visa retirar direitos trabalhistas dos avulsos e extinguir o cais público em Santos, conforme informações do portal Diário do Litoral.
As mudanças previstas incluem a extinção de sindicatos que representam quatro categorias do Porto de Santos e a terceirização dos trabalhadores avulsos, enfraquecendo o papel do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO). A proposta, que pode ser apresentada na Câmara dos Deputados no dia 23, mantém apenas duas categorias de avulsos, os estivadores e a capatazia.
Especialistas do setor agro acreditam que a greve terá impactos variados. Para Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios, a paralisação pode favorecer os prêmios das commodities, que têm se mantido em alta. No entanto, para o setor cafeeiro, que já enfrenta problemas logísticos, a situação pode agravar ainda mais o acúmulo de mais de dois milhões de sacas de café paradas nos portos brasileiros.
"Esperamos que haja uma solução para evitar um colapso logístico semelhante ao ocorrido nos portos da costa leste dos EUA", alertou Marcos Matos, diretor do Cecafé. O consultor Stefan Podsclan, da Agrifatto, também destacou que a paralisação representa um novo desafio para as exportações e importações brasileiras, com repercussões que podem ultrapassar o cenário político.
