02/10/2024 às 11h03min - Atualizada em 02/10/2024 às 11h03min
Greve de portuários paralisa metade do transporte marítimo dos EUA
Primeira paralisação em quase 50 anos causa preocupações sobre impactos econômicos e inflacionários
- Da Redação, com Agência Brasil
Foto: Reprodução Os trabalhadores portuários da Costa Leste e da Costa do Golfo dos Estados Unidos entraram em greve nesta terça-feira (1), marcando a primeira paralisação em grande escala em quase 50 anos. A decisão interrompeu o fluxo de cerca de metade do transporte marítimo do país, afetando a movimentação de mercadorias que vão desde alimentos a automóveis.
Segundo analistas, a interrupção pode custar bilhões de dólares por dia à economia americana, ameaçando empregos e potencialmente elevando a inflação. O sindicato Associação Internacional dos Estivadores (ILA) representa 45 mil trabalhadores e está em negociações com a Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX) para um novo contrato de seis anos.
A paralisação começou um minuto após a meia-noite, quando a ILA rejeitou a proposta final da USMX, alegando que os termos oferecidos não atendiam às exigências dos trabalhadores. Harold Daggett, líder da ILA, afirmou que os empregadores não ofereceram aumentos salariais adequados e não concordaram em interromper projetos de automação portuária.
A USMX, por sua vez, argumentou que havia proposto um aumento salarial de quase 50%, superando propostas anteriores. Daggett deixou claro que o sindicato está preparado para permanecer em greve até que suas exigências sejam atendidas.
A primeira greve registrada desde 1977 preocupa empresas que dependem do transporte marítimo para exportações e importações essenciais. Com 36 portos impactados, a paralisação gera uma fila de cerca de 100 mil contêineres aguardando descarregamento nos portos da cidade de Nova York. Os varejistas, antecipando problemas, já tentaram acelerar importações para a temporada de fim de ano e estão redirecionando cargas para a Costa Oeste, sempre que possível.
Embora haja a expectativa de que a greve dure de cinco a sete dias, o efeito cascata deve ser sentido em redes de suprimento na Europa e na Ásia até janeiro ou fevereiro.
O governo dos EUA, sob a administração do presidente Joe Biden, está monitorando a situação, mas descartou intervenções federais para interromper a greve. A Casa Branca afirmou que está avaliando formas de lidar com os possíveis impactos na cadeia de suprimentos, observando que o efeito inicial sobre os consumidores deve ser limitado.