O fenômeno climático La Niña deve apresentar intensidade fraca este ano, segundo a climatologista Francis Lacerda, do Instituto Agronômico de Pernambuco. Em entrevista ao programa Natureza Viva, da Rádio Nacional da Amazônia, Lacerda explicou que, embora o La Niña normalmente cause chuvas no Nordeste e secas nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, os efeitos deste ano podem ser atenuados.
O fenômeno, que se caracteriza pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico, iniciou seu processo de resfriamento há cerca de dois meses, mas de forma mais lenta do que o habitual. Modelos de previsão indicam uma probabilidade de 60% de La Niña entre os meses de outubro e dezembro. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para outubro aponta chuvas acima da média em diversas regiões, incluindo o Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e partes do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Além das previsões climáticas, Lacerda enfatizou a importância de se abordar as mudanças climáticas, destacando a resistência de setores econômicos, como o agronegócio, em adotar ações de mitigação. Ela alertou sobre a possibilidade de a Amazônia atingir um ponto de não retorno devido ao desmatamento e às queimadas, que, segundo monitoramento por satélite, têm 99% de origem humana, muitas vezes com intenções criminosas.