12/09/2024 às 10h43min - Atualizada em 12/09/2024 às 10h43min

​Clima seco e queimadas atrasam plantio da primeira safra de feijão 2024/25

Impactos adversos podem prejudicar produção e provocar alta nos preços futuros do grão

- Da Redação, com Safras & Mercado
Foto: Divulgação / Gov.br
O atraso significativo no plantio da primeira safra de feijão para a temporada 2024/25 está gerando preocupações no setor agropecuário. O clima seco e as queimadas intensas que afetam várias regiões do Brasil têm sido os principais responsáveis por esse atraso, com potencial para impactar negativamente tanto a produção quanto os preços futuros do grão.
 
De acordo com Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, a terceira safra de feijão 2023/24, conhecida por sua alta qualidade, já foi colhida e não há risco de prejuízos adicionais relacionados a essa safra. No entanto, a atenção do mercado está voltada para a próxima temporada, que enfrenta desafios substanciais. Oliveira destaca que a estiagem atual, uma das mais severas dos últimos 40 anos, está diretamente relacionada ao aumento das queimadas e tem provocado atrasos no plantio da primeira safra de feijão.
 
O feijão é cultivado em praticamente todos os estados do Brasil, com destaque para o Cerrado, abrangendo regiões como Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás. Essas áreas, que são cruciais para a produção de feijão, estão sendo severamente afetadas pela falta de chuvas. Algumas áreas começaram a ser plantadas no final de agosto, mas muitos produtores foram forçados a adiar o início dos trabalhos devido às condições climáticas adversas. A expectativa é que setembro continue com clima seco, o que pode resultar em mais adiamentos no plantio e, por conseguinte, na colheita.
 
Além dos impactos diretos sobre o plantio e a colheita, a seca e as queimadas estão prejudicando a qualidade do solo. Oliveira alerta que algumas regiões podem levar até três safras para se recuperar da degradação causada pelos incêndios. Esse cenário pode ter um impacto econômico significativo para o setor agropecuário, com estimativas de prejuízos em torno de 2 bilhões de reais.
 
Os efeitos da estiagem e dos incêndios não se limitam apenas à produção; eles também podem influenciar os preços do feijão. Embora ainda seja cedo para prever com precisão o impacto exato nos preços, a atual situação climática e os atrasos no plantio são fatores que podem contribuir para um aumento nas cotações do grão ao longo da temporada. A combinação de uma menor oferta devido ao atraso no plantio e a deterioração da qualidade do solo pode gerar um efeito cascata, refletindo-se em preços mais altos para os consumidores.
 
O cenário atual destaca a necessidade urgente de medidas para mitigar os efeitos das queimadas e da seca, bem como para apoiar os produtores afetados. A situação reforça a importância de políticas públicas e iniciativas voltadas para a recuperação e proteção das áreas agrícolas vitais para a segurança alimentar e a estabilidade econômica do país.

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