As exportações de trigo do Brasil em 2024 já ultrapassaram o volume exportado em todo o ano anterior, sinalizando um potencial recorde histórico na movimentação total do grão. Esse marco inclui tanto as exportações quanto as importações.
Giovani Ferreira, especialista no setor, explicou que o Brasil tradicionalmente não é autossuficiente na produção de trigo, produzindo apenas metade do que consome e precisando importar a outra metade. Nos últimos anos, no entanto, o país aumentou consideravelmente sua produção e, consequentemente, suas exportações. Em 2024, até o mês de julho, o Brasil exportou quase 2,5 milhões de toneladas de trigo, superando o total de 2023 em apenas sete meses.
O aumento das exportações se deve em parte à qualidade do trigo produzido, que muitas vezes não atinge os padrões de panificação e é vendido para outros mercados, como o Japão, onde é utilizado na produção de ração animal. Enquanto isso, o Brasil continua a importar trigo de alta qualidade para atender à demanda da indústria de panificação. Com as projeções de importações chegando a 4,5 milhões de toneladas, a movimentação de trigo no país reflete um mercado em constante evolução, com 95% da produção concentrada na região sul e os principais portos de exportação situados no Paraná e Rio Grande do Sul.