As importações brasileiras de produtos químicos seguem ganhando tração e renovaram, em julho, o recorde mensal tanto em valor quanto em volume. Com isso, no acumulado de 12 meses, o déficit comercial do setor chegou pela primeira vez à marca de US$ 36 bilhões, segundo relatório de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
Conforme a entidade, as importações chegaram a US$ 5,3 bilhões em julho, com crescimento de 4,1% ante junho e de 45,4% na comparação anual. Em volume, foram praticamente 5,3 milhões de toneladas em produtos químicos importados, 4,7% acima do registrado no mês anterior e 11,1% maior do que o visto um ano antes.
As exportações, por sua vez, cresceram 4,3% em julho em relação a junho, para US$ 1,26 bilhão. Em volume, contudo, recuaram 10,2% nessa comparação, para 1,3 milhão de toneladas.
Segundo o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, os dados da balança comercial confirmam que a indústria química poderia contribuir de forma objetiva para a recuperação econômica, mas enfrenta desafios “críticos” no curto e médio prazos.
“O novo mercado do gás, indiscutivelmente, tem potencial de reinventar o setor químico no Brasil. Contudo, temos que lembrar que seus efeitos passarão somente a ser percebidos nos próximos anos, enquanto seguem críticos os desafios de competitividade no curto prazo para a manutenção de operações industriais no país”, afirmou, acrescentando que o potencial aumento de custo da energia nos próximos meses é preocupante.
De janeiro a julho, segundo a entidade, as importações de produtos químicos totalizaram US$ 30,3 bilhões, alta de 30,6% antes o mesmo período de 2020. As exportações também cresceram (18,1%), totalizando US$ 7,7 bilhões.
Diante disso, o déficit na balança comercial chegou a US$ 22,6 bilhões no acumulado dos sete primeiros meses de 2021, com avanço de 35,5%.