O La Niña, fenômeno caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico na faixa equatorial, está previsto para ocorrer com intensidade fraca a moderada neste ano, iniciando um pouco mais tarde do que o usual.
De acordo com especialistas da Climatempo, espera-se que o La Niña ganhe força no final do inverno, com seus principais efeitos sendo sentidos durante a primavera e verão. Nadiara Pereira, meteorologista da Climatempo, alerta especialmente para os impactos na agricultura brasileira, destacando a necessidade de os produtores monitorarem de perto as previsões meteorológicas antes de iniciar a semeadura.
"É crucial iniciar o plantio apenas quando houver indicativos de chuvas adequadas para garantir a umidade necessária no solo durante o desenvolvimento das culturas", enfatiza Pereira.
O La Niña geralmente causa um aumento nas chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, beneficiando a fronteira agrícola do Matopiba (Matogrosso, Tocantins, Piauí e Bahia). Por outro lado, no Sul do país, o fenômeno tende a aumentar o risco de estiagem, especialmente no Rio Grande do Sul, o que pode reduzir a produtividade de culturas como soja e milho devido à falta de umidade.
Nas regiões centrais do Brasil, incluindo áreas produtoras do Sudeste e Centro-Oeste, os efeitos do La Niña são menos pronunciados, mas ainda assim podem influenciar a distribuição das chuvas, prolongando períodos secos e aumentando o risco de atrasos no plantio na primavera.
Além das chuvas irregulares, o La Niña também pode impactar as temperaturas, aumentando o risco de ondas de frio mais intensas e tardias sobre o Centro-Sul do Brasil. Isso aumenta a preocupação com geadas, que podem afetar culturas como cana-de-açúcar, café e citros, especialmente nas regiões Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul.