23/08/2021 às 12h00min - Atualizada em 23/08/2021 às 12h00min

Bolsonaro persiste na sugestão de venda direta de botijão de gás na distribuidora

Diante da escalada de preços do gás de cozinha, o presidente Jair Bolsonaro voltou a sugerir nesta segunda-feira (23) a possibilidade de venda direta do botijão nas distribuidoras. A proposta foi levantada pelo presidente na semana passada e alvo de críticas pelo potencial de incentivar o comércio ilegal. Bolsonaro também provocou governadores a zerarem a cobrança de ICMS do gás.

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“Eu gostaria de um governador pelo menos que fizesse o mesmo que eu fiz, zerar o ICMS, que pesa bastante no preço do gás”, disse o presidente, em entrevista à Rádio Regional, do Vale do Ribeira (SP). “Se um governador qualquer zerar o ICMS, a proposta que quero fazer junto é permitir a venda direta do botijão, exatamente aquilo que apresentamos em Medida Provisória para o etanol”.

Segundo Bolsonaro, a venda direta de gás, sem cobrança de ICMS, poderia diminuir pela metade o preço do botijão, pois haveria economia também no custo de frete e da margem de lucro dos revendedores.

“Você mora num condomínio aí que tenha cem casas e tenha botijão de gás, todo o mês você pode reunir o síndico e o pessoal e pagar um caminhão para buscar aí cem botijões de gás, o frete vai ser barato, vai ser uma vaquinha. Então não vai ter margem de lucro do distribuidor, você pode tranquilamente ter botijão de gás a R$ 55, R$ 60, metade do preço. Então, a gente pode baixar metade do valor do gás. Tem maneira? Tem. Agora, dificilmente você vai achar um governador que tope zerar o imposto do gás de cozinha”, argumentou.

“Não é vale-gás, que o pessoal quer que eu faça aqui. Se tiver que fazer, eu até faço, mas antes do vale-gás sairia muito, mas muito mais barato zerar o ICMS e permitirmos a venda direta ao consumidor”, completou o presidente.

Em entrevistas recentes, o presidente também anunciou que planeja entregar um vale-gás para que as famílias que recebem o Bolsa-Família possam comprar um botijão a cada dois meses.

Sabatina de André Mendonça

Bolsonaro destacou ainda que a análise do Senado sobre as indicações de ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF) tem forte componente político.

A sabatina de André Mendonça, escolhido por Bolsonaro para integrar a Corte, não tem previsão para ocorrer. Nos bastidores, o principal motivo apontado é a sequência de ataques de Bolsonaro ao STF. Na semana passada, o presidente entregou pedido de impeachment conta Alexandre de Moraes, ministro da Corte.

“Eu não indico ninguém para o Supremo, indico para o Senado, para ser sabatinado. Ninguém contesta a formação jurídica dele [Mendonça], mas ali [Senado] passa por julgamento muito mais político do que técnico”, argumentou o presidente.

O presidente disse esperar que a sabatina ocorra nos próximos dias. A escolha do ex-advogado-geral da União levou em conta também o fato de ele ser evangélico, admitiu Bolsonaro.

“O compromisso que ele fez comigo é que toda primeira sessão de cada semana do STF comece com uma oração; Deus fará muito bem àquela Corte”, emendou o presidente.

Além de confirmar presença em manifestações marcadas para 7 de setembro, Bolsonaro renovou críticas a ministros do STF e reclamou do bloqueio e desmonetização de páginas que propagam fake news. Para o presidente, isso significa autoritarismo e censura.

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