A distribuidora de combustível Ipiranga anunciou na segunda-feira, 10, o reajuste no preço da gasolina, diesel e etanol em seus postos de combustíveis credenciados. O aumento começa a valer a partir desta terça-feira, 11. A empresa ainda não informou qual o valor do reajuste.
Em comunicado aos postos, a Ipiranga comunica que “em adição à dinâmica habitual de repasses, os nossos preços de gasolina, etanol e diesel serão reajustados em função do efeito imediato da MP 1227/24, que restringiu a compensação de créditos tributários de PIS/Cofins”.
De acordo com a empresa, ela alega que “pratica uma política de preços alinhada aos parâmetros vigentes atendendo às normas setoriais”. A distribuidora também informou que cabe aos revendedores decidir sobre o preço do combustíveis na bomba.
Entidades do setor como Brasilcom, Abicom, SindTRR, Fecombustíveis e Sindicom, publicaram nota conjuntas nesta segunda-feira
Aumento de custo
As entidades do setor de combustíveis, incluindo Brasilcom, Abicom, SindTRR, Fecombustíveis e Sindicom, publicaram uma nota conjunta nesta segunda-feira (10) criticando a nova medida.
De acordo com as associações, a proibição de utilizar créditos de PIS/Cofins de insumos para o pagamento de outros tributos federais "congelará esses créditos na contabilidade das empresas e ainda as forçará a buscar outras fontes de financiamento, como empréstimos".
As entidades alertam que o aumento dos custos deverá se refletir no preço dos combustíveis. "Esses custos adicionais impactarão toda a cadeia, incluindo o transporte público, frete de carga e alimentos, com efeitos diretos sobre o consumidor final e sobre a inflação".
Em um vídeo compartilhado nesta segunda-feira (10), o presidente do Sindicato dos Postos de Combustível do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, destacou que, assim como a rede, outras distribuidoras provavelmente repassarão esses custos, criando uma "nova despesa" que afetará o bolso do consumidor final.
Medida Provisória
Na semana passada, o governo publicou uma medida provisória que limita o uso de créditos dos impostos federais PIS/Cofins pelas empresas.
Essa medida foi adotada pelo governo como uma forma de compensar a desoneração da folha de pagamentos de diversos setores da economia e de municípios, visando alcançar a meta de déficit zero em 2024.
No entanto, a decisão não agradou ao empresariado. O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) estima um aumento de 4% a 7% no preço da gasolina e de 1% a 4% no preço do diesel devido ao limite nos créditos de PIS/Cofins.
Segundo o IBP, as distribuidoras de combustíveis não conseguem compensar todos os créditos de PIS/Cofins no pagamento de impostos, o que as obrigaria a repassar esses custos aos preços dos combustíveis.
Nesta segunda-feira (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a medida provisória não deve impactar a inflação. Haddad prometeu explicar a medida aos empresários e negociar os termos com o Congresso Nacional.