O Rio Grande do Sul tem enfrentado uma série de desastres naturais, como estiagens e enchentes, que deixaram um rastro de destruição nas lavouras do estado. Uma das principais preocupações é com a saúde do solo, comprometida pelos eventos climáticos extremos.
Para o engenheiro agrônomo Maurício Roberto Cherubin, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba, a magnitude dos danos ao solo já é um dos principais desafios enfrentados pelos agricultores gaúchos.
O excesso de água deixa o solo impróprio para a colheita, com muita umidade, e a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) estima perdas de R$ 3 bilhões devido às enchentes. A recuperação total do cenário agrícola deve levar uma década, devido principalmente aos trabalhos de recuperação do solo.
O solo encharcado e saturado impede a infiltração de mais água, causando erosões que arrastam nutrientes, matéria orgânica e até mesmo camadas superficiais, tornando-os irreparavelmente danificados. Além disso, a falta de oxigênio no solo saturado compromete a sobrevivência dos organismos responsáveis pela fertilidade e vitalidade das plantas.
Cherubin ressalta a importância de reunir especialistas e formuladores de políticas públicas para desenvolver estratégias de manejo, como o cultivo de plantas de cobertura, implementação de sistemas de controle de erosão e promoção de práticas agrícolas sustentáveis. A colaboração entre diferentes atores é essencial para enfrentar os desafios colocados pelos desastres naturais e garantir um futuro sustentável para a agricultura.