O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou na manhã desta sexta-feira que a única saída para dar viabilidade econômica à administração privada dos dois maiores aeroportos do Estado, o Galeão e o Santos Dumont, é eles serem administrados pelo mesmo grupo concessionário. A declaração foi dada em evento sobre infraestrutura de transportes organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
“Na minha opinião pessoal, a única maneira de solucionar isso é o Santos Dumont e o Galeão serem do mesmo grupo [concessionário]. Não vejo outra forma de ser viável se os dois não forem administrados pelo mesmo grupo”, disse Castro.
Hoje, o Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão, é administrado pela concessionária RioGaleão, controlada pela Changi Airports International, de Cingapura. Já o Aeroporto Santos Dumont, mais voltado a voos domésticos, mas com alta concentração de escalas que definem o último trecho de viajantes internacionais no país, deverá integrar a próxima rodada de leilões de aeroportos a ser promovida pelo governo federal entre o fim do segundo semestre e início de 2022.
Na semana passada, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que a pasta lançará a consulta pública para o leilão de 16 aeroportos, incluindo Santos Dumont e Congonhas, em São Paulo, ainda em agosto. A ideia, a princípio, é que o Santos Dumont seja o principal atrativo do bloco de concessão composto, também, pelos aeroportos de Jacarepaguá (RJ), Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Montes Claros (MG).
No caso dos aeroportos do Rio de Janeiro, desde o início do ano se acirraram as divergências entre a equipe econômica do governo federal e autoridades locais. Isso porque o governo federal é favorável à ampliação do número de voos ao Santos Dumont, a fim de valorizá-lo para o leilão, enquanto o governo estadual e a prefeitura avaliam que esse aumento na atividade do Santos Dumont enfraqueceria ainda mais o Galeão, complicando ainda mais a sua viabilidade financeira no pós-pandemia.
Por essa razão, tanto Castro quanto o prefeito Eduardo Paes (PSD) defendem que o Santos Dumont fique concentrado em voos de curta distância, como as pontes aéreas com São Paulo e Brasília, e voos executivos.