Áreas de cultivo de tomate para processamento industrial em Goiás vêm sendo afetadas por uma espécie de nematoide que prejudica o crescimento da planta, reduzindo a produtividade em até 80%. O problema, conhecido como "tomate travado", já atingiu cerca de 554 hectares nos municípios de Silvânia, Vianópolis, Luziânia, Hidrolândia e Bela Vista de Goiás.
Alertada por produtores, a Embrapa Hortaliças identificou a origem da infestação após análises preliminares. Segundo o pesquisador Jadir Pinheiro, trata-se do nematoide-das-lesões-radiculares, o Pratylenchus brachyurus.
Para lidar com o problema, Pinheiro recomenda uma série de ações preventivas, como o plantio de mudas sadias, evitar áreas infestadas, lavar equipamentos agrícolas antes de entrar em novas áreas, desinfestar máquinas e implementos, incorporar matéria orgânica ao solo e fazer o manejo adequado da irrigação.
Outra recomendação é a retirada e destruição de restos de outras culturas contaminados, além de adotar a rotação de culturas com plantas não hospedeiras, como as crotalárias. No entanto, o especialista alerta que a rotação com soja, milho e arroz pode agravar o problema, pois essas culturas são eficientes em multiplicar o P. brachyurus.
O diagnóstico da praga foi feito após uma série de ações integradas pela Embrapa, como coletas de solo, avaliações comparativas de ocorrência de patógenos, análise do histórico de uso das áreas e análise histológica em parceria com a Universidade de Brasília (UnB).