As intensas chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias devem impactar negativamente a produção e exportação de soja do estado. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), antes dessa tragédia climática, a expectativa era de que a maior colheita no RS pudesse compensar, em parte, a redução verificada em regiões do Centro-Oeste e Sudeste devido à estiagem.
Agora, com diversas lavouras prejudicadas no Rio Grande do Sul, a disponibilidade nacional de soja deve ficar mais limitada. Essa incerteza em torno da oferta tem estimulado a comercialização da oleaginosa no mercado spot, com compradores domésticos e externos demonstrando interesse em garantir seus estoques.
A disputa entre esses demandantes, aliada à forte procura internacional por soja e derivados, tem impulsionado os preços da commodity, que atingiram os maiores níveis desde a primeira quinzena de janeiro.
Quanto aos embarques, os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, no acumulado de janeiro a abril de 2024, o Brasil exportou 36,79 milhões de toneladas de soja, um recorde para o período e 10% superior ao volume do mesmo intervalo do ano passado.
Apesar desse desempenho positivo das exportações até o momento, a redução na produção do Rio Grande do Sul, um dos principais estados produtores, deve se refletir nos próximos meses, com potencial impacto nos volumes embarcados e no abastecimento interno.