Foto: reprodução Com a água baixando em algumas regiões do Rio Grande do Sul, os danos causados pelas recentes enchentes se tornam cada vez mais evidentes, enquanto a necessidade de reconstrução do estado se estende por anos. O impacto devastador das chuvas já resultou em mais de R$ 80 milhões em perdas na agropecuária gaúcha, refletindo apenas parte dos danos que foram levantados até o momento.
O cenário de destruição abrange 345 dos 497 municípios do estado, deixando um rastro de tragédia que inclui 83 mortos, 276 feridos, 111 desaparecidos e mais de 140 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas. A situação atinge diretamente mais de 850 mil habitantes, configurando a pior e mais grave enchente da história do Rio Grande do Sul.
Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), os prejuízos financeiros já ultrapassam R$ 559,8 milhões em apenas alguns dias de tempestades, refletindo danos que serão ainda mais expressivos à medida que os levantamentos forem concluídos. O setor agropecuário é o mais afetado, com perdas que chegam a R$ 80,7 milhões, divididos entre R$ 71,4 milhões na agricultura e R$ 9,3 milhões na pecuária.
O impacto nas principais cadeias produtivas do estado, como soja, arroz e carnes, é considerável. Com cerca de 2 milhões de hectares e 6,5 milhões de toneladas de soja sob risco de perdas, e a colheita de arroz já atrasada e ameaçada, os prejuízos são iminentes. A produção de arroz, estimada em 7,4 milhões de toneladas antes das inundações, poderá sofrer um déficit no suprimento nacional em 2024, pressionando os preços.
Além dos impactos na produção agrícola, as dificuldades logísticas e de manutenção na agropecuária agravam ainda mais a situação. Estradas bloqueadas impossibilita o transporte de animais e insumos essenciais, enquanto lotes de animais enfrentam problemas de abate e transporte para frigoríficos.
Diante do cenário de calamidade, esforços são direcionados para medidas de apoio e reconstrução. Propostas legislativas visam isentar produtores de pagamentos e oferecer moratória de até 10 anos para dívidas, enquanto recursos são mobilizados para atender às necessidades emergenciais do estado.
As recentes visitas dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado às áreas afetadas evidenciam o compromisso em focar na recuperação do Rio Grande do Sul. Na reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária, serão discutidas medidas para garantir suporte efetivo aos agricultores e à população afetada pela tragédia.
