A Great Wall, uma das maiores fabricantes de veículos da China, é a nova dona da fábrica que a Mercedes-Benz tinha em Iracemápolis, interior de São Paulo. A informação foi confirmada pela Mercedes. Segundo a companhia alemã, o acordo de venda foi assinado nesta quarta-feira (18).
Por meio de nota, a montadora disse que a empresa chinesa adquiriu o terreno de 1,2 milhão de metros quadrados, juntamente com os prédios e equipamentos de produção. Não foi informado o valor da venda. A Great Wall ainda não se pronunciou.
Não há detalhes, ainda, de quais tipos de carros os chineses da Great Wall produzirão no Brasil. Esta será a segunda marca chinesa com produção local. Hoje, em Anápolis (GO) e Jacareí (SP) o grupo brasileiro CAOA, cujo fundador, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, morreu no sábado, produz carros da marca Chery sob licença da montadora chinesa.
A Mercedes-Benz interrompeu a produção de automóveis no Brasil em dezembro sob a alegação de que a unidade de Iracemápolis não comportava os próximos sistemas de produção de veículos da marca, que passarão a ser todos elétricos ou híbridos.
Segundo a montadora disse na ocasião, para acompanhar o ritmo de desenvolvimento tecnológico das futuras gerações de veículos, a fábrica brasileira teria que receber um volume significativo de investimentos, “que, aparentemente, não se justificam levando em conta o atual volume de produção”.
Inaugurada há pouco mais de quatro anos, a fábrica de Iracemápolis tinha 370 empregados, que entraram em sistema de demissão voluntária quando a unidade fechou.
A Mercedes investiu 200 milhões de euros para erguer a fábrica brasileira, estimulada por mudanças na legislação tributária, que atraíram também outras marcas de luxos, como BMW e Land Rover.
Como forma de proteger a indústria local, o governo estabeleceu, na época, como penalidade, a cobrança de uma taxa adicional de Imposto sobre Produtos Industrializados. Esse tributo foi retirado.